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Como usar o celular como maquininha de cartão? Mercado Pago lança Point Tap, solução para vendedores

Recurso inovador facilita o dia a dia do empreendedor, que recebe na hora e pode vender a qualquer momento e em qualquer lugar

 (	Igor Alecsander/Getty Images)

( Igor Alecsander/Getty Images)

Publicado em 18 de setembro de 2023 às 14h59.

Última atualização em 19 de setembro de 2023 às 15h57.

O pagamento por aproximação caiu rapidamente no gosto do brasileiro. Entre as transações presenciais com cartão de crédito realizadas no país no primeiro semestre, mais de 7 bilhões utilizaram a tecnologia NFC (Near Field Communication, em inglês, que permite essa operação), o que indica uma alta de 76% na comparação com o primeiro semestre de 2022.

No período, segundo a Abecs, associação que representa as empresas de meios eletrônicos de pagamento, R$ 414,8 bilhões foram movimentados por meio desse recurso. 

Apenas em junho, as compras por aproximação representaram 48% dos pagamentos com cartão. Há dois anos, em junho de 2021, essa participação era de 13%, o que deixa clara a força da tecnologia. Em dezembro, a entidade estima que o índice chegará a 56%.

Receber por aproximação no celular

Se para a maioria dos consumidores (88%) rapidez e comodidade são os principais atrativos da modalidade, para os empreendedores oferecer essas facilidades à sua clientela se traduz em aumento das vendas

E o potencial para os negócios é ainda maior depois da possibilidade de fazer pagamentos por aproximação usando o celular, sem maquininha de cartão, permitindo vender com cartão de qualquer lugar e a qualquer momento.

Essa é atualmente a grande aposta do Mercado Pago, referência em soluções de pagamento para empresas. Desde abril, quando disponibilizou a tecnologia para seus clientes com a ferramenta Point Tap, o MP vem se dedicando a aperfeiçoá-la, pois percebe que é uma demanda crescente em negócios de todos os portes.

Para saber mais sobre as vantagens de oferecer pagamento por aproximação e como transformar o celular em maquininha de cartão, EXAME conversou com uma especialista do Mercado Pago, a gerente de canais digitais de aquisição da companhia, Ariane Bispo. 

Pagamento por aproximação é seguro? 

É preciso desmistificar esse ponto. De fato, é mais seguro, principalmente para o usuário, que não precisa entregar o cartão. Antigamente, quando íamos ao posto de gasolina, entregávamos o cartão ao atendente e a operação de compra na maquininha era feita longe dos nossos olhos. Isso não existe mais. A transparência, assim como a segurança, são questões importantes no mercado financeiro como um todo, é preciso estar atento em qualquer meio de pagamento e recebimento, qualquer operação bancária.

Quais os cuidados na hora de pagar por aproximação?

Recomendo para o pagamento por aproximação os mesmos cuidados que devem ser tomados em qualquer operação financeira. De modo geral, o momento de pagar e receber é uma situação de atenção, em que é preciso conferir o valor, por exemplo.

Não existe então aquela história de a pessoa estar com o cartão no bolso, alguém encostar a maquininha e realizar pagamentos.

Não, há toda uma segurança criptografada para evitar isso, o que frustra os golpistas e os leva a procurar outro métodos, por isso, reforço: é preciso atenção e estar presente no momento de pagar e receber, conferindo o que comprou e o valor final – se tem um zero a mais, por exemplo – como em qualquer outra operação financeira. Vejo muito mais cuidado no processo de compra em si do que na tecnologia.

Mais da metade (54%) dos consumidores brasileiros costuma realizar pagamentos por aproximação; desses, 60% já usam a tecnologia frequentemente

Fonte: Pesquisa DataFolha para Abecs

Ariane, como tem sido a adoção do brasileiro ao pagamento por aproximação? 

Temos visto uma adoção superalta do pagamento por aproximação. E não está vinculado à população de alta renda ou que vive em centros urbanos mais tecnológicos. É uma tecnologia que veio para ficar, independentemente do ramo de atividade, do centro urbano, da classe social. Pagar apenas encostando o cartão, em vez de inseri-lo e digitar senha, veio mesmo para ficar.

O Mercado Pago oferece uma solução, Point Tap, que transforma o celular em uma maquininha de cartão para pagamentos por aproximação. O quanto isso é inovador para o mercado?

Acompanhei de perto o desenvolvimento da Point Tap e, nos meus 17 anos no mercado financeiro, nunca tinha presenciado um lançamento tão disruptivo. Fazer uma transação aproximando o celular, que se transforma em uma máquina de cartão, é algo que há poucos anos não poderíamos imaginar.

Que perfil de usuário mais tem usado o produto?

Precisamos desmistificar que quem vai usar essa forma de pagamento é o vendedor ambulante da praia, a manicure, o pipoqueiro. Temos visto um crescimento do ticket médio para esses pagamentos, que não era algo que imaginávamos – pensamos inicialmente que serviria como um backup da maquininha. É uma grande oportunidade para diversos perfis, como o vendedor que está começando e ainda não pretende comprar uma máquina, porque faz vendas ocasionais, ou profissionais liberais (dentistas, advogados), por exemplo.

Quais as vantagens de cobrar pelo celular para o empreendedor?

Esse é um recurso muito mais prático, que está na mão do vendedor a qualquer momento e lugar – essa liberdade é uma das principais vantagens. O empreendedor evita carregar mais um equipamento e, mais, o dinheiro cai na hora. Isso traz tranquilidade para o pequeno empreendedor especialmente. Ele pode ainda consultar no app do Mercado Pago se o dinheiro entrou na conta, tendo um melhor controle.

O pagamento pelo celular tem limite de valor?

Temos um limite de até R$ 50 mil por transação. É uma limitação do produto, que é novo ainda, não só no Mercado Pago, mas no mercado em geral. Com certeza, ele ainda vai passar por um desenvolvimento ao longo do tempo. Porém, se considerarmos que há seis meses nem havia essa opção, já é algo bastante disruptivo.

“No futuro, todo mundo vai pagar e receber assim de alguma maneira”

Essa modalidade vai substituir a maquininha?

O mais importante para a gente é dar opções para o empresário. Não vejo o pagamento por aproximação pelo celular substituindo a maquininha, nem o contrário. São complementos, opções diferentes.

O Pix é o principal meio de pagamento hoje, como podemos posicionar a tecnologia nesse contexto?

Muita gente vê o Pix como uma solução que vai canibalizar as outras. Mas o Pix é à vista – quem tem sempre dinheiro na conta para pagar à vista? O pagamento com cartão de crédito continua crescendo no país e, mesmo tendo o Pix como carro-chefe, nem todo mundo pode pagar com ele e precisa usar o cartão. Aí, temos que facilitar essas operações com soluções como a Point Tap.

Tecnicamente, como funciona o pagamento pelo celular por aproximação?

Nesse momento, para o mercado inteiro, a tecnologia está disponível só para Android e celulares que possuem NFC, que permite a aproximação. A maioria da população, na verdade, tem Android, principalmente quando falamos do pequeno empreendedor. Funciona assim: o usuário entra no aplicativo, digita o valor da venda, seleciona se quer parcelar ou não e então o comprador aproxima o cartão do fundo do celular. Em segundos, o celular apita, informando a conclusão da operação, e ainda dá para enviar o comprovante por e-mail. É muito simples.

O quanto o Mercado Pago está apostando nessa solução?

Estamos apostando muito nesse produto. Não é só mais um produto na prateleira, acreditamos que esse é realmente o futuro, para todos. O nosso produto é tanto para pessoa física quanto jurídica, então, é também uma forma para que amigos, por exemplo, que tenham uma relação comercial momentânea possam receber e pagar uns aos outros. Assim como o Pix, achamos que no futuro todo mundo vai pagar e receber assim de alguma maneira.

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