(Edilson Rodrigues//Agência Senado)
Publicado em 6 de dezembro de 2025 às 10h35.
Após anunciar que será o sucessor político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2026, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que começará as negociações para "aprovar a anistia" ainda este ano.
Em um tuíte publicado neste sábado, 6, Flávio pediu o apoio das lideranças políticas que se consideram "anti-Lula".
"Espero não estar sendo radical por querer anistia para inocentes. Temos só duas semanas, vamos unir a direita!", escreveu o senador.
Tomada a decisão ontem, hoje começo as negociações!
O primeiro gesto que eu peço a todas as lideranças políticas que se dizem anti-lula é aprovar a anistia ainda este ano!
Espero não estar sendo radical por querer anistia para inocentes. Temos só duas semanas, vamos unir a… pic.twitter.com/u05dFpSqHu
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) December 6, 2025
O projeto de lei prevê anistia a envolvidos em atos golpistas.
O PL tenta avançar com a pauta desde o ano passado. Em setembro, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência do texto, mas a proposta permanece travada na Casa Legislativa.
Como mostrou a Exame, após a detenção do ex-chefe do Executivo ampliou-se a percepção no círculo mais próximo de Bolsonaro de que é importante lançar alguém com o sobrenome da família para manter o protagonismo e evitar um esvaziamento político.
O parlamentar deve começar viagens pelo país para negociar a formação de palanques estaduais fortes. A prioridade é fidelizar em São Paulo o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também sonhava com a candidatura presidencial.
Jair Bolsonaro, porém, optou por um nome da própria família para não correr o risco de perder o controle dos rumos do campo conservador.
Diante desse cenário, a escolha por Flávio era vista como natural por aliados. Isso porque, o outro filho que tem mandato no Congresso, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), está nos Estados Unidos para evitar eventual prisão e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), embora seja o estrategista das redes sociais, não tem perfil para enfrentar uma disputa presidencial.
Outro objetivo de Flávio é atrair grandes partidos para seu projeto. Apesar de não ser o preferido das legendas de centro-direita, pessoas próximas à família afirmaram à Exame que ainda confiam na obtenção do apoio do PP, União Brasil e Republicanos.