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Redação Exame
Publicado em 30 de dezembro de 2025 às 12h00.
O mercado de criptomoedas passou por mais um ano de amadurecimento em 2025. Depois de ciclos marcados por euforia e correções abruptas, o setor avançou em direção a uma fase mais institucional, regulada e integrada ao sistema financeiro global. Entender os eventos que moldaram esse período é essencial para projetar o que vem pela frente.
1. Consolidação do capital institucional Em 2025, o fluxo institucional deixou de ser expectativa para se tornar realidade contínua. ETFs à vista de bitcoin e ether ganharam escala, fundos tradicionais ampliaram exposição a criptoativos e grandes empresas passaram a tratar ativos digitais como parte estratégica de tesouraria e infraestrutura financeira. Esse movimento trouxe mais liquidez, mas também maior correlação com o cenário macroeconômico global.
2. Avanços regulatórios em grandes economias O ano também foi marcado por avanços regulatórios relevantes. Estados Unidos, Europa e mercados emergentes passaram a tratar criptomoedas menos como exceção e mais como uma nova classe de ativos. No Brasil, o amadurecimento do marco regulatório com as novas resoluções cripto reforçam a entrada de empresas, bancos e instituições financeiras no ecossistema, aumentando a confiança e reduzindo barreiras de adoção.
3. Crescimento das stablecoins e dos pagamentos em cripto As stablecoins se consolidaram como uma das principais pontes entre o sistema financeiro tradicional e o universo cripto. Em 2025, o mercado atingiu novos recordes de capitalização, impulsionado pelo uso em pagamentos internacionais, operações B2B e soluções de tesouraria. Esse movimento mostrou que a utilidade prática segue sendo um dos maiores vetores de crescimento do setor.
Se 2025 foi o ano da consolidação institucional, 2026 tende a ser o ano da integração definitiva entre o mercado cripto e o sistema financeiro tradicional. Esse movimento deve ser impulsionado principalmente por avanços regulatórios, maior clareza jurídica e pela adoção de infraestruturas baseadas em blockchain por empresas e instituições financeiras.
Em 2026, o papel dos Bancos Centrais deve se tornar ainda mais relevante para o mercado de criptoativos. No Brasil, o avanço das resoluções do Banco Central voltadas a ativos virtuais, stablecoins e prestadores de serviços tende a criar um ambiente mais previsível para empresas e investidores.
Essas iniciativas não têm como objetivo limitar a inovação, mas sim organizar o mercado, aumentar a proteção ao consumidor e permitir que instituições financeiras tradicionais passem a operar cripto de forma estruturada. Com regras mais claras, a expectativa é de maior participação de bancos, fintechs e grandes empresas em soluções baseadas em blockchain.
As stablecoins devem assumir um papel ainda mais central em 2026. Mais do que instrumentos de investimento, elas estão se consolidando como infraestrutura de pagamentos, câmbio e liquidação. Com a regulamentação avançando, o uso de stablecoins em operações B2B, remessas internacionais e tesouraria corporativa tende a crescer, especialmente em mercados como o brasileiro, onde há alta demanda por eficiência cambial e liquidação quase imediata.
Esse movimento deve coexistir com projetos de moedas digitais de Bancos Centrais, cada um com funções complementares.
Outro ponto importante para 2026 é a convivência entre stablecoins privadas e CBDCs, como o Drex no Brasil. Enquanto as CBDCs tendem a ter foco doméstico, regulatório e de política monetária, as stablecoins privadas oferecem flexibilidade, interoperabilidade global e maior velocidade de inovação. O mercado caminha para um cenário híbrido, no qual empresas e instituições utilizam diferentes instrumentos digitais de acordo com o caso de uso, seja pagamento internacional, liquidação de contratos, tokenização de ativos ou automação financeira.
A tokenização de ativos do mundo real deve ganhar escala em 2026, especialmente em setores como crédito, agronegócio, imobiliário e infraestrutura. Com marcos regulatórios mais maduros, esses ativos tendem a se tornar mais acessíveis, fracionados e líquidos, aproximando investidores do mercado tradicional ao ecossistema cripto.
Esse movimento reforça a visão de que o blockchain deixa de ser apenas tecnologia de nicho e passa a atuar como camada de eficiência do sistema financeiro.
Por fim, a expectativa é de um mercado mais racional e sofisticado. Investidores devem priorizar fundamentos, governança, segurança e casos de uso claros, enquanto empresas passam a adotar cripto como ferramenta operacional, e não apenas como aposta financeira. A volatilidade continuará presente, mas em um ambiente mais profundo, regulado e conectado à economia real.
Sem fazer recomendações de investimento, alguns projetos tendem a seguir em evidência por seus fundamentos, adoção e papel estratégico no ecossistema:
Para finalizar, o mercado de criptomoedas caminha para 2026 em um estágio de maturidade muito diferente daquele observado em ciclos anteriores. Depois de um ano marcado pela consolidação institucional, o próximo passo tende a ser a integração definitiva entre os ativos digitais e o sistema financeiro tradicional.
A evolução regulatória, especialmente com o avanço das resoluções do Banco Central e a maior clareza sobre o papel de stablecoins, prestadores de serviços e ativos digitais, cria um ambiente mais previsível para empresas e investidores. Esse cenário favorece a entrada de novos participantes, amplia a confiança do mercado e viabiliza o uso de cripto como infraestrutura financeira, e não apenas como instrumento especulativo.
Ao mesmo tempo, a convivência entre stablecoins privadas, moedas digitais de Bancos Centrais e soluções baseadas em blockchain reforça um modelo híbrido, no qual diferentes tecnologias atendem a diferentes necessidades. Pagamentos internacionais, câmbio digital, tokenização de ativos e automação de processos financeiros tendem a ganhar escala, conectando o universo cripto de forma cada vez mais direta à economia real.
Para investidores e empresas, o desafio em 2026 deixa de ser antecipar movimentos de curto prazo e passa a ser compreender como esses ativos se encaixam em estratégias de longo prazo, com foco em governança, eficiência e gestão de risco. Na Foxbit, seguimos acompanhando esse avanço de perto, apoiando a adoção segura, regulada e estratégica do ecossistema cripto no Brasil e no mundo.
*Ricardo Dantas é CEO da Foxbit.
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