Future of Money

Mineradores de bitcoin nos EUA estão lucrando mais ao parar de trabalhar

Operações de mineração no estado do Texas fecharam acordos com provedores de energia para ganhar dinheiro com suspensão de operações

Mineração de bitcoin demanda energia barata e sustentável (Foto/Reprodução)

Mineração de bitcoin demanda energia barata e sustentável (Foto/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 30 de agosto de 2024 às 16h35.

Operações de mineração de bitcoin no estado do Texas, nos Estados Unidos, estão ganhando mais dinheiro ao pararem de funcionar do que quando estão minerando a criptomoeda. Apesar da ideia parecia contraditória, o cenário reflete um esforço de autoridades locais para reduzir a prática no estado.

Uma reportagem da revista The Economist divulgada nesta semana afirma que as mineradoras da criptomoeda chegaram a acordos com fornecedores locais de energia para serem remuneradas por suspenderem suas operações em horários de pico de demanda energética por consumidores.

Apesar de não dar detalhes sobre esses acordos, a reportagem cita o caso da Riot Platforms, uma das maiores mineradoras de bitcoin do mundo, que em agosto de 2023 recebeu US$ 32 milhões em um desses acordos, contra US$ 8,6 milhões obtidos pela mineração do ativo no mesmo período.

Ao longo de todo o ano de 2023, a Riot teria recebido US$ 71,2 milhões por meio desse acordo, segundo dados divulgados pela própria empresa. Para a The Economist, o caso mostra que as suspensões se tornaram "mais lucrativas que a mineração em si".

Ainda segundo a The Economist, o caso reflete uma mudança recente de posição das autoridades texanas com relação à mineração de bitcoin. Ao longo de 2021 e 2022, o governo estadual se esforçou para atrair essas operações para o território, destacando os custos baixos de energia no estado.

Esse movimento ganhou mais força após a China proibir a mineração da criptomoeda no país. Até então, ele era o maior centro de mineração do mundo, e a proibição fez as mineradoras buscarem outros países e estados que tivessem custos baixos de energia, caso do Texas.

Entretanto, a mineração de bitcoin é uma atividade com consumo elevado de energia, o que acabou elevando excessivamente a demanda energética no estado e pressionando as operações das fornecedoras de energia. Os acordos acabaram surgindo como uma forma de reduzir a demanda e aliviar as operações.

Os acordos também ganharam força em um contexto de crescimento significativo nos custos para as operações de mineração, devido a uma dificuldade maior para solucionar os complexos problemas matemáticos por trás da atividade e a uma redução pela metade nas recompensas em bitcoin dadas aos mineradores após o halving de abril. A combinação desses fatores fez com que, agora, parar de trabalhar fosse mais lucrativo para algumas empresas.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | TikTok

Acompanhe tudo sobre:Mineração de bitcoinBitcoinCriptomoedasCriptoativos

Mais de Future of Money

Stablecoins: o dólar digital sem fronteiras?

ETFs de cripto: entendendo a tese de investimento em ativos digitais para 2025

Fundador do LinkedIn diz que bitcoin valerá US$ 200 mil em 2025 e que investiu no ativo em 2013

"Drex é o início da tokenização do sistema bancário", diz Campos Neto em despedida do BC