Joseph Lubin participou da criação da Ethereum e é CEO da ConsenSys, uma das maiores empresas de infraestrutura em blockchain do mundo (S3studio/Getty Images)
Ajudar na criação da Ethereum e desenvolver a carteira cripto mais utilizada do mundo são apenas alguns dos feitos da carreira de Joseph Lubin no universo dos criptoativos. O CEO compareceu nesta quinta-feira, 27, ao evento online e gratuito do Future of Money. Na conversa, expôs suas previsões para o futuro da Web 3.0 e contou sobre a relação da ConsenSys com o Banco Central do Brasil (BC) na elaboração do Real Digital.
No painel chamado “Web 3.0 e o futuro da internet”, Lubin explicou que os primeiros 20 anos da internet foram “uma cópia e automatização do modelo de negócios do século 20”, que transformou a Web em um shopping online e sistema de anúncios que sabe o que queremos melhor do que nós mesmos, e explora e nos vicia à certas ofertas”, gerando uma extrema falta de confiança por parte dos usuários, que em breve poderão optar por sistemas de governança descentralizada, os quais para ele, seriam mais confiáveis.
“O importante é que temos uma escolha, se você quer estar na plataforma do Facebook para o metaverso, e tenho certeza que ela será muito atraente, então você será capaz de fazer isso, mas também poderá participar em questões políticas e econômicas nas regiões mais descentralizadas do metaverso”, afirmou Lubin, ressaltando a importância do poder de escolha do usuário nesta nova era da internet chamada de Web 3.0. Ainda sem uma previsão para a chegada desta terceira fase da internet, no entanto, o CEO admitiu que “as coisas estão mudando de maneira dramática”.
A ConsenSys, empresa fundada por Lubin praticamente na mesma época do lançamento da Ethereum, se destacou no meio tanto quanto a rede que hoje abriga a segunda maior criptomoeda do mundo. Atualmente uma referência no mercado, prestou consultoria ao Banco Central do Brasil sobre sua CBDC, ou seja, uma moeda digital que diferente das criptomoedas, é emitida pelo banco central de seu país.
Joseph Lubin explicou as vantagens que um país teria ao adotar um sistema digital nativo por natureza como este e ressaltou a sua importância no contexto de inovação socioeconômica, mesmo que tenha um início complicado. “É importante que os bancos centrais continuem levando isso pra frente, existem muitas pessoas que dependem de sistemas monetários que funcionem de forma efetiva. Nossa tecnologia será muito superior, mas também é disruptiva. E tecnologias disruptivas tendem a começar de maneira difícil, mas a promessa é que trarão grandes melhorias de diferentes dimensões e permitirão coisas que não eram possíveis antes”, disse ele no evento do Future of Money.
Além do BC, a empresa também está em contato direto com outros países, como revelou o CEO: “Nós continuamos trabalhando com vários bancos centrais ao redor do mundo, eles têm jeitos diferentes de pensar em CBDCs, nós construímos um sandbox para ajudá-los e fizemos projetos nos quais construímos demonstrações ou projetos piloto”.
Com seu estilo fácil de usar, a MetaMask é a carteira de criptomoedas mais utilizada no mundo. A criação da ConsenSys quebrou uma série de barreiras do universo cripto, que faziam com que muitos usuários desistissem de utilizar moedas digitais e a tecnologia blockchain no geral pela usabilidade complicada. “Anunciamos que tínhamos 21 milhões de usuários ativos na MetaMask, e já estamos muito além disso agora”, afirmou Joseph Lubin, que justificou a fama da carteira digital afirmando que “é o lugar que faz a vida dos desenvolvedores mais fácil e é o lugar que os clientes confiam”
Agora, conforme divulgado no evento, a MetaMask pretende se tornar ainda mais acessível, tanto para desenvolvedores quanto usuários. Uma nova interface será lançada, com uma visão completa do portfólio e a possibilidade de conexão com uma quantidade ainda maior de redes do que as já disponibilizadas. A intenção, segundo o CEO, é “deixar a noção de tokens mais abstrata para facilitar a sua concepção e como lidar com eles”.
Para os desenvolvedores, haverá uma versão exclusiva da MetaMask chamada Flask, que permitirá uma série de inovações. Segundo Lubin, uma delas seria a Snaps, ”uma tecnologia de plug-in para permitir que qualquer desenvolvedor construa seus próprios componentes que podem ser colocados na MetaMask”.
Ele também afirmou que o Brasil tem uma das maiores bases de usuários da carteira, que começou como uma extensão para navegadores de internet, mas atualmente também tem um aplicativo para smartphones: "O Brasil está entre os três países com mais usuários da MetaMask", contou o executivo.
O evento brasileiro continua até 28 de janeiro, com a participação grandes especialistas do mercado para debater o futuro do dinheiro e pode ser acessado diretamente no canal do YouTube. Nomes como Sam Bankman-Fried, CEO da FTX, e Raoul Pal, CEO da Real Vision, estão confirmados para os próximos painéis.
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok