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Gigantes do mercado cripto entram em guerra por R$ 18 bilhões em bitcoin

Após falência, empresa de empréstimos Celsius entrou com processo bilionário contra a Tether, criadora da stablecoin USDT

Processo deverá gerar embate entre a Celsius e a Tether (Reprodução/Reprodução)

Processo deverá gerar embate entre a Celsius e a Tether (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 12 de agosto de 2024 às 14h04.

Duas gigantes do mercado de criptomoedas, a Celsius e a Tether, entraram em uma batalha judicial focada na posse de uma quantia bilionária de bitcoins. O caso começou após a Celsius, que declarou falência em 2022, entrar com um processo nos Estados Unidos contra a outra companhia.

No processo, a Celsius pede que a Justiça dos Estados Unidos obrigue a Tether a ceder cerca de 57 mil unidades de bitcoin ou o valor equivalente em dólares, cerca de US$ 3,3 bilhões (mais de R$ 18 bilhões) considerando a cotação atual do ativo.

De acordo com a empresa falida, as unidades estariam ligadas a um acordo de empréstimo realizado entre as duas empresas, no qual a Celsius recebeu stablecoins para utilização em seus negócios e, em troca, deixou bitcoins como garantia. Mas, segundo a companhia, a Tether teria realizado "transações fraudulentas" pouco antes da sua falência.

O processo afirma que a Tether teria obtido bitcoins da Celsius e, então, usado os ativos para quitar os empréstimos tomados pela outra companhia, usando um preço da criptomoeda bem abaixo do valor real dela no mercado naquele momento.

"Especificamente, em diversas ocasiões, a Tether exigiu e recebeu uma quantidade significativa de novas garantias incrementais para melhorar a sua posição no processo de falência iminente", argumenta a Celsius. Agora, a empresa diz que teria direito a receber os valores de volta.

Resposta da Tether

Em resposta, a Tether - que é responsável pela emissão da stablecoin USDT - disse que as unidades de bitcoin já haviam sido vendidas no mercado em junho de 2022, pouco antes da falência da Celsius, e com o consentimento da própria empresa falida, o que tornaria o processo nulo.

Paolo Ardoino, CEO da Tether, afirmou que "este processo infundado está tentando alegar que deveríamos devolver o bitcoin que foi vendido para cobrir a posição da Celsius”.

“Há muitas falhas no processo e estamos muito confiantes na solidez do nosso contrato e da nossa atuação... Esse processo será travado até o fim. É importante dar o exemplo em nome de toda a indústria de que esta tentativa vergonhosa de captura de dinheiro não funcionará", ressaltou.

O CEO afirma que o uso do bitcoin para as quitações com a Celsius seguiu uma orientação da própria empresa, que teria dito à época que não tinha outras unidades da criptomoeda disponíveis para usar como garantia no acordo com a Tether e evitar a liquidação dos bitcoins.

Por outro lado, a Tether disse que, "mesmo no cenário mais remoto em que esse processo infundado chegará a algum lugar, os detentores de tokens USDT não serão impactados".

A Celsius entrou em falência em julho de 2022, afetada pela baixa no mercado cripto como um todo e também pela quebra do ecossistema ligado ao blockchain Terra. Desde então, a empresa tem realizado pagamentos para seus antigos clientes e se reestruturado para entrar na área de mineração de bitcoin.

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