O republicano quer criar um estoque estratégico de bitcoin, mas não disse como faria isso (Future of Money/Reprodução)
Repórter colaborador
Publicado em 11 de novembro de 2024 às 06h40.
O bitcoin ultrapassou a marca dos US$ 81.000 pela primeira vez, impulsionado pelo discurso do presidente eleito Donald Trump e pela perspectiva de um Congresso com legisladores pró-criptomoedas.
A volta do republicano à Casa Branca provocou comemorações na indústria de ativos digitais, que gastou mais de US$ 100 milhões apoiando uma série de candidatos favoráveis às criptomoedas.
O maior token subiu até 6,1% no domingo e atingiu US$ 81.497 no início das operações do mercado na Ásia nesta segunda-feira, antes cair para US$ 80.835. Às 5h35 estava cotada a US$ 81.120, segundo a Bloomberg.
O sentimento otimista também elevou moedas menores, incluindo um aumento no Dogecoin, a favorita do bilionário e apoiador de Trump, Elon Musk.
Trump prometeu na campanha colocar os EUA no centro da indústria de ativos digitais, incluindo a criação de um estoque estratégico de bitcoin e a nomeação de reguladores entusiastas por ativos digitais. Os traders estão prestando pouca atenção a questões como a velocidade da implementação de algumas medidas ou se um estoque estratégico é uma possibilidade realista, avalia a Bloomberg.
Sua agenda mais ampla de estimular o crescimento econômico, cortes de impostos e redução da burocracia alimentou uma onda de compras em ações e criptomoedas. O índice de ações S&P 500 atingiu seu 50º recorde neste ano na semana passada.
O bitcoin cresceu 93% até agora em 2024, ajudado pela demanda robusta por fundos negociados em bolsa dos EUA e cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve. O aumento do token, que atingiu novos recordes após a votação nos EUA na terça-feira, excede os retornos de investimentos como ações e ouro.
A postura de Trump contrasta com uma repressão aos ativos digitais sob o presidente Joe Biden. O presidente da Securities & Exchange Commission, Gary Gensler, repetidamente rotulou o setor como "repleto de fraude e má conduta". A agência "apertou" o setor após uma uma série de colapsos, principalmente a falência da FTX de Sam Bankman-Fried.
As empresas de ativos digitais gastaram muito durante a campanha eleitoral para impulsionar candidatos vistos como favoráveis aos seus interesses. Nesse contexto, Trump deu uma reviravolta, tornando-se um apoiador de uma indústria que ele antes rotulava de "golpe".