Bitcoin é a maior criptomoeda do mercado (Reprodução/Reprodução)
Publicado em 3 de janeiro de 2024 às 18h19.
Última atualização em 3 de janeiro de 2024 às 19h23.
O bitcoin completa nesta quarta-feira, 3, 15 anos do chamado "genesis block", o primeiro bloco que foi minerado na rede blockchain da criptomoeda. Depois de mais de uma década de existência, o ativo chega à data com diversos avanços e, principalmente, uma resiliência após altos e baixos, contrariando muitos que apostavam na sua vida curta.
O marco representa o início das operações do blockchain — em que dados são registrados e armazenados em uma sequência de blocos. Desde então, a rede do bitcoin nunca enfrentou pausas ou precisou suspender o processamento de operações.
Considerada a primeira aplicação bem-sucedida e em massa da tecnologia blockchain, o bitcoin estreou em 3 de janeiro de 2009 como um protesto ao sistema financeiro vigente, que passava por uma de suas maiores crises na época, e permitiu o surgimento de todo o ecossistema cripto e a intensificação da digitalização da economia.
Minerado por Satoshi Nakamoto, a personalidade anônima por trás da criação da criptomoeda, o “bloco gênese” continha a primeira página de um jornal da época, com foco na crise financeira mundial iniciada em 2008.
Satoshi Nakamoto, que até hoje permanece anônimo e ninguém sabe se é um homem, mulher ou um grupo de pessoas, desapareceu em 2011 deixando uma carteira recheada de bitcoins que viriam a valer até US$ 69 mil sem levar nenhum lucro com seu projeto. Mas, mesmo sem o seu criador, o blockchain e sua criptomoeda seguem crescendo.
Apesar de ainda estar distante do recorde de preço de mais de US$ 69 mil em 2021, o bitcoin acumula uma valorização significativa nos últimos 15 anos, em especial pelo fato do ativo ter começado suas operações sem ter valor algum.
Atualmente, ele opera na casa dos US$ 43 mil, com uma capitalização de mercado de mais de US$ 800 bilhões, superando muitas grandes empresas e ativos. E especialistas projetam que, até 2030, o ativo pode chegar à casa dos US$ 1 mihão.
Apenas em 2023, a criptomoeda teve vários avanços significativos. Especialistas acreditam que, nos últimos meses, a tese de que o bitcoin seria um "ouro digital" — uma nova reserva de valor para investidores — ganhou força. Ao mesmo tempo, a criptomoeda tem conquistado cada vez adesão entre empresas e investidores tradicionais.
O símbolo mais recente dessa adoção são os pedidos submetidos junto à SEC por parte de gestoras como a BlackRock — a maior do mundo — e a Fidelity para lançarem ETFs de preço à vista da criptomoeda. O CEO da BlackRock chegou a afirmar ainda que o investimento no bitcoin é uma "fuga para a qualidade".
João Marco Cunha, diretor de gestão da Hashdex, afirma que, considerando os últimos 15 anos, o bitcoin "mostra traços inequívocos de amadurecimento, mesclados com características ainda acriançadas". "Do lado do amadurecimento, podemos citar uma correlação geralmente maior com ouro e menor com ações, reforçando a tese de reserva de valor, e redução de volatilidade que, apesar de ainda alta quando comparada aos ativos tradicionais, vem caindo gradativamente e hoje ronda a casa dos 50%".
Ele aponta ainda "avanços do ponto de vista regulatório, como a iminente aprovação de ETFs nos Estados Unidos". Ao mesmo tempo, Cunha ressalta que "um ativo maduro dificilmente é capaz de entregar retornos de mais 150% em um ano, como o bitcoin fez no ano passado".
"Nesse aspecto, ele se assemelha muito mais aos investimentos em estágio inicial de crescimento. Ao combinar todas essas boas características, o bitcoin chega aos 15 anos como uma oportunidade de investimento sem precedentes, mas ainda com muito a dar pelos próximos anos".
Já Maximiliano Hinz, diretor de expansão da Bitget para a América Latina e Espanha, afirma que "é emocionante ver o alto nível de otimismo entre os investidores de bitcoin na América Latina. Esse entusiasmo é um testemunho do crescimento e da maturidade do bitcoin em seus 15 anos de existência. Esperamos que essa tendência continue nos próximos anos".
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