Future of Money

Argentina vai investigar Worldcoin, projeto cripto do dono do ChatGPT

Iniciativa que combina criptomoeda e "identidade global" também enfrenta investigações na França, Reino Unido e Quênia

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 10 de agosto de 2023 às 11h11.

Última atualização em 10 de agosto de 2023 às 11h53.

A Argentina abriu nesta semana uma investigação sobre as medidas de tratamento de dados obtidos pelo Worldcoin, um projeto chefiado por Alex Blania e Sam Altman, atual CEO da empresa responsável pelo ChatGPT. A Agência de Acesso à Informação Pública (AAIP) vai conduzir as apurações.

Em um comunicado, a agência explicou que a investigação terá como foco o processamento de dados pessoais de argentinos. O Worldcoin realiza o escaneamento da íris de pessoas em troca de uma recompensa em WLD, a criptomoeda do projeto, e busca criar uma "identidade global" a partir da biometria que poderia ser usada por governos e empresas.

A AAIP vai apurar se a empresa está cumprindo "medidas de segurança adotadas no âmbito da proteção da privacidade dos usuários". Para isso, serão investigados os processos de coleta, armazenamento e uso de dados pessoais pelo projeto, que foi lançado em julho.

"Além disso, serão tomadas medidas adequadas para resolver quaisquer problemas identificados e garantir que a empresa cumpra os padrões de segurança e privacidade", destacou o comunicado. Segundo a agência, o Worldcoin possui pontos de registro de íris nas províncias de Buenos Aires, Córdoba, Mendoza e Rio Petro.

"É obrigação dos responsáveis ​​pelo tratamento de dados ter as suas bases de dados registadas na AAIP, prestar informação sobre a sua política de tratamento, indicar para que requerem dados sensíveis e qual o tempo de tratamento e conservação dos mesmos, bem como detalhar as medidas de segurança e confidencialidade que são aplicadas para proteger as informações pessoais", explicou a AAIP.

A agência lembrou ainda que os cidadãos argentinos "têm direito, sempre que sejam fornecidos dados pessoais, a dispor de informação clara e acessível relativamente a atribuição, utilização e finalidade para a qual os dados são recolhidos e tratados, especialmente no que diz respeito a dados sensíveis, como os dados biométricos".

Worldcoin é investigado em outros países

Além da Argentina, o Worldcoin também se tornou alvo de investigações em outros países. Poucos dias após o seu lançamento, autoridades no Reino Unido e na França também iniciaram apurações sobre a forma como o projeto obtém, armazena e processa os dados biométricos obtidos. De acordo com os responsáveis pela iniciativa, o registro de íris é apagado assim que é coletado, sendo substituído por uma identidade criptografada, o World ID.

Mas é no Quênia que o projeto tem enfrentado mais obstáculos. As autoridades do país suspenderam os registros de íris até que suas investigações sejam concluídas, e recentemente realizou uma operação no escritório da empresa no país. Nela, foram confiscados documentos e Orbs, os equipamentos usados para realizar o registro de íris.

À EXAME, especialistas explicaram que o Worldcoin precisa seguir a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil. O cumprimento das determinações legais é importante devido à sensibilidade em torno de dados biométricos, que não podem ser alterados. Isso significa que, em caso de vazamento, o dano às pessoas expostas pode ser maior e mais duradouro.

O JEITO FÁCIL E SEGURO DE INVESTIR EM CRYPTO. Na Mynt você negocia em poucos cliques e com a segurança de uma empresa BTG Pactual. Compre as maiores cryptos do mundo em minutos direto pelo app. Clique aqui para abrir sua conta gratuita.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:Sam AltmanArgentinaLibra (criptomoeda)seguranca-digital

Mais de Future of Money

Mercado de criptomoedas tem R$ 6 bilhões em liquidações com Fed e entrave no orçamento dos EUA

Powell descarta compras de bitcoin pelo Federal Reserve: "Não temos permissão"

El Salvador vai limitar adoção de bitcoin em acordo com FMI por empréstimo

Cripto é “macrotendência de décadas” que não vai acabar em 6 meses, diz sócio do BTG