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Sinner segue competindo mesmo após caso de doping – e levanta questões no mundo do tênis

Número 1 do tênis mundial testou positivo para esteroide duas vezes em março, mas foi autorizado a competir, gerando críticas de outros atletas

Jannik Sinner testou positivo duas vezes para a substância clostebol, mas não foi suspenso dos torneios. (Eduardo Munoz/Getty Images)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 10h20.

Última atualização em 22 de agosto de 2024 às 10h57.

O tenista italiano Jannik Sinner, atual número 1 do ranking da ATP, está no centro de uma controvérsia após a revelação de que testou positivo duas vezes para um esteroide anabolizante em março deste ano. Apesar dos resultados, Sinner foi autorizado a continuar competindo, o que gerou questionamentos e críticas de colegas de circuito e levantou dúvidas sobre a aplicação uniforme das regras antidoping no tênis. As informações são da AP.

A substância em questão é o Clostebol, um esteroide anabolizante encontrado em pomadas e sprays vendidos sem prescrição médica em alguns países, como a Itália. Sinner alegou que a substância entrou em seu corpo de forma acidental, através de um membro de sua equipe que utilizou um spray contendo Clostebol para tratar um corte. Segundo o tenista, o fisioterapeuta que aplicou o spray posteriormente lhe deu uma massagem, o que teria transmitido o esteroide para seu organismo.

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A Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA), responsável pelas investigações de doping e corrupção no esporte, aceitou a explicação de Sinner, assim como um tribunal independente, que concluiu que o jogador não teve culpa ou negligência. Como resultado, ele foi autorizado a continuar competindo, mas perdeu os US$ 325 mil (R$ 1,7 milhão) em prêmios e 400 pontos no ranking que havia conquistado ao chegar às semifinais do torneio de Indian Wells, onde ocorreu um dos testes positivos.

Tenistas revoltados

A decisão de permitir que Sinner competisse mesmo após os testes positivos gerou reações mistas no circuito. Alguns jogadores expressaram suas críticas publicamente, apontando uma possível discrepância na aplicação das regras.Nick Kyrgios, vice-campeão de Wimbledon em 2022, classificou a situação como "ridícula" e afirmou que Sinner deveria ter sido suspenso. Outros, como Tennys Sandgren, reconheceram que a explicação de Sinner era plausível, mas questionaram a justiça do processo em comparação com outros casos de doping no tênis.

A controvérsia em torno de Sinner ocorre em um momento delicado para o tênis, que já lidou com outros casos de doping de alto perfil, como o de Simona Halep. A percepção de que diferentes jogadores podem estar sujeitos a diferentes padrões de punição levanta questões sobre a equidade e a transparência no esporte.

Enquanto Sinner se prepara para competir no US Open, o último Grand Slam do ano, a atenção estará voltada para a recepção que ele receberá dos fãs e dos colegas de circuito. Com um histórico de 48 vitórias e 5 derrotas na temporada, incluindo cinco títulos, o italiano é considerado uma das principais promessas do tênis mundial, mas a sombra das acusações de doping pode impactar sua trajetória.

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