Rebeca Andrade: Ginasta teve a melhor nota no salto entre todas as competidoras (Lisi Niesner/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 3 de novembro de 2022 às 18h59.
Última atualização em 3 de novembro de 2022 às 19h06.
A ginasta Rebeca Andrade, de 23 anos, é a nova rainha da ginástica artística. A brasileira, vice-campeã olímpica do individual geral, conquistou o ouro na mesma prova no Campeonato Mundial, em Liverpool, nesta quinta-feira. Ela, que foi medalha de ouro no salto nos Jogos de Tóquio, acaba de selar a sua maior conquista esportiva. É a melhor ginasta entre todas.
Com 56.899 pontos, a brasileira se classificou à frente da americana Shilese Jones (55.399) e da britânica Jessica Gadirova (55.199). Gadirova, que competia em casa, chegou ao pódio com nota espetacular no solo (14.400). Nesta sexta-feira será disputada a final do individual geral masculino. O Brasil terá Caio Souza e Diogo Soares entre os competidores.
Na final desta quinta-feira, Rebeca liderou a decisão durante toda a disputa. Conseguiu 15.166 no salto (melhor nota entre as competidoras), 13.800 nas barras assimétricas (quinta neste aparelho), 13.533 na trave (terceira neste aparelho) e 14.400 no solo (mesma nota da líder no solo Gadirova).
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A prova do individual geral é a mais importante e tradicional da ginástica. Historicamente é dominada pelas três potências da modalidade: Estados Unidos, Rússia e Romênia. A última a quebrar a hegemonia desse trio foi a italiana Vanessa Ferrari, no Mundial de 2006. O Brasil já havia chegado ao pódio em 2007 com o bronze de Jade Barbosa.
Rebeca, que em Liverpool impressionou pela altura de suas acrobacias e pela boa execução, era a favorita. Foi líder da classificatória, somando 57,332 pontos nos quatro aparelhos. Foi 1,566 a mais do que a segunda colocada, a americana Shilese Jose (55,766). Também foi a que apresentou séries com maior dificuldade no Mundial, com 23,6 pontos, mais de um ponto superior às principais adversárias.
Rebeca foi a última a se apresentar no solo, o último aparelho da rotação. Quando entrou no solo para a icônica série ao som do Baile de Favela, exibida em Tóquio-2020, ela já sabia quanto deveria fazer de pontuação para chegar ao pódio. Precisava de 12.901 para o ouro.
Rebeca ainda disputa outras três medalhas no Mundial, e seriam quatro se ela não tivesse cometido um erro no segundo salto das eliminatórias, no aparelho em que é atual campeão mundial e olímpica, o salto. Ela avançou à final em segundo no solo (atrás só de Flávia Saraiva), terceiro nas assimétricas e oitavo na trave.
O Mundial, que é classificatório para a Olimpíada de Paris-2024, concedeu vaga às equipes femininas dos EUA, Inglaterra e Canadá, que ficaram nas três primeiras colocações por equipe (a Rússia não competiu). O Brasil terminou em quarto, melhor campanha da história, superior à quinta colocação de 2007, mas não garantiu vaga (no masculino, o Brasil terminou em sétimo). Outras seis vagas por equipes serão distribuídas no Mundial do ano que vem.
A primeira competição de Rebeca Andrade em 2022 foi o Troféu Brasil, em Porto Alegre. A ginasta competiu apenas nas barras assimétricas e na trave, ficando com o ouro e a prata, respectivamente.
No Pan-americano de ginástica artística, no Rio, em julho, Rebeca novamente optou por não disputar o solo e o salto. Ela saiu da competição com o ouro por equipes e nas barras assimétricas, além da prata na trave. Tanto no Troféu Brasil quanto no Pan, foi Flavia Saraiva quem a superou na trave.
Já no Campeonato Brasileiro, em agosto, Rebeca voltou a se apresentar nos quatro aparelhos, incluindo a icônica série ao som do Baile de Favela exibido em Tóquio. Ela venceu o individual geral, as barras e a trave. No solo, ficou em segundo lugar e só fez um dos dois saltos obrigatórios sobre a mesa, portanto não disputou o pódio neste aparelho.
A primeira competição de Rebeca no exterior este ano foi a Copa do Mundo em Paris, na França. Ela ficou em segundo lugar nas barras assimétricas, único aparelho em que tentou o pódio.
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