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Paris 2024 promete ser a edição mais sustentável da história dos Jogos Olímpicos

Comitê Organizador promove medidas para reduzir o impacto ecológico do evento

Olimpíada de Paris 2024: Jogos começam em 26 de julho (Frank Molter/picture alliance/Getty Images)

Olimpíada de Paris 2024: Jogos começam em 26 de julho (Frank Molter/picture alliance/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 6 de junho de 2024 às 18h32.

Última atualização em 6 de junho de 2024 às 18h55.

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Desde o anúncio, em 2017, a organização dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 já havia manifestado o interesse em promover um evento mais sustentável do que os anteriores. Hoje, faltando cerca de 60 dias para o início dos Jogos, observa-se o trabalho realizado nesse sentido, como o anúncio dos pódios construídos com plástico reciclável que, após o término da Olimpíada, serão reutilizados.

A intenção, já declarada pelo Comitê Organizador, é gerar menos da metade dos gases de efeito estufa que foram emitidos durante os Jogos de 2012, em Londres. Para isso, medidas estão sendo tomadas, como a despoluição do Rio Sena e instalação de painéis solares, criação de mais ciclovias, eliminação de geradores movidos a diesel, extensão das linhas de trem, plantação de árvores para amenizar o calor do verão europeu, entre outras.

“É fundamental que o maior evento esportivo do mundo invista em iniciativas sustentáveis. Estamos testemunhando a cada ano o impacto causado pela interferência humana no meio ambiente, o que resulta em tragédias. Por isso, é preciso dar o exemplo para a população. Esse tipo de atitude também gera engajamento entre os fãs, que podem consumir o produto tranquilamente sabendo que existe uma preocupação ecológica por trás de todo o espetáculo. Portanto, ao meu ver, o COI acertou muito com essas medidas”, comenta Bruno Brum, CMO da End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e agência oficial de conteúdo digital do Time Brasil e do COB em Paris.

Dentre as ações estruturais, até o momento foram confeccionados 11 mil assentos feitos de plásticos reciclados; foi determinado que 95% dos locais que receberão as disputas serão edifícios antigos ou estruturas temporárias; não terá ar-condicionado na Vila Olímpica; foi feito um acordo com a concessionária de energia local para garantir energia eólica e solar suficiente na rede para a competição; o cardápio foi planejado de modo a emitir menos poluentes, com mais vegetais e menos carnes.

A especialista Tatiana Fasolari, vice-presidente da Fast Engenharia, a maior empresa de overlays da América Latina, destaca que as estruturas provisórias têm ganhado cada vez mais espaço no mundo esportivo: “O uso de infraestruturas temporárias nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 representa uma solução inteligente e extremamente sustentável, já que garante a reutilização de praticamente todo o material. Presente em pontos turísticos como a Torre Eiffel, elas permitem a redução de custo na construção e, principalmente, na manutenção após o evento. O grande desafio deste modelo de negócio é contar com empresas capazes de executar estes projetos dentro dos prazos estipulados pelos comitês locais, que normalmente são curtos”.

Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, empresa que conta com camarotes nos principais estádios do Brasil e no Sambódromo do Anhembi, acredita que não há mais espaço para eventos que ignoram ações sustentáveis. Desde 2022, o empresário retirou os copos de plástico em todas as suas operações, substituindo por canecas recicláveis. No Carnaval deste ano, com a atitude, a empresa conseguiu economizar o uso de mais de 56 mil copos plásticos.

“Precisamos fazer a nossa parte sempre e fomentar a discussão sobre a importância da reciclagem e da sustentabilidade. Um evento gigantesco, com uma visibilidade mundial, igual a uma Olimpíada, é perfeito para que as empresas possam investir em ativações que conscientizem a população. No fim, se cada um agir corretamente, em prol do meio ambiente, todos saem ganhando”, comenta Léo.

Para Vanessa Pires, CEO da startup Brada, que auxilia empresas a investirem em projetos de impacto positivo, as medidas propostas pelo COI refletem uma tendência crescente de integração de valores ESG em estratégias de negócios, independente do segmento. “Iniciativas como essa não apenas aumentam a conscientização sobre questões ambientais importantes, mas também demonstram o compromisso com a inovação e a responsabilidade corporativa, fortalecendo a reputação e conexão com o público”, afirma.

Os edifícios novos, que forem construídos para o evento, serão reaproveitados pelos moradores locais após o fim da Olimpíada. Além disso, foram construídos com menos cimento e mais madeira, além de possuir painéis solares e vegetação nos telhados.

"As medidas inovadoras para reduzir o impacto ecológico do evento destacam a importância da sustentabilidade em uma escala global. Esse compromisso não apenas beneficia o meio ambiente, mas também serve como um poderoso modelo para que outras marcas e organizações aumentem seu foco em práticas mais sustentáveis. As iniciativas podem vir de substituições simples como utilizar o plástico reciclado, por exemplo. Foi o que fizeram na Arena Multiuso ao instalarem mais de 8 mil assentos ecológicos, feitos de plástico reciclado", ressalta Augusto Freitas, CEO do Recicla Junto, projeto de sustentabilidade da Cristalcopo

No Brasil, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) também está seguindo o exemplo de investir em ações sustentáveis. Recentemente, a organização lançou o projeto Floresta Olímpica do Brasil, nas cidades de Tefé e Alvarães, no estado do Amazonas. A ação vai proporcionar o reflorestamento de aproximadamente 6,3 hectares de floresta em comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas. A iniciativa contou com o reforço da medalhista olímpica do skate Rayssa Leal, embaixadora de sustentabilidade do COB. A medida foi elogiada em carta pelo presidente do COI, Thomas Bach.

“O tema da preservação e recuperação do meio ambiente é muito importante para toda a sociedade, e para o esporte não é diferente. É verdade que toda empresa gera impacto social e ambiental e o Movimento Olímpico como um todo tem que assumir essa responsabilidade. Agora, com a Floresta Olímpica do Brasil, uma iniciativa inédita no país, o COB vai mergulhar ainda mais na pauta da sustentabilidade, assunto mais do que urgente no planeta inteiro. Estou muito orgulhoso do legado que estamos construindo com ações e parcerias como esta”, afirma Paulo Wanderley, presidente do COB.

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