Olimpíadas: EUA afirmam que pediram recurso de nota da ginástica '5 segundos' antes do tempo limite
Entidade americana promete recorrer após Corte Arbitral do Esporte decidir que medalha de bronze de Jordan Chiles no solo deve ser entregue à romena Ana Barbosu. Novas evidências são apresentadas na tentativa de salvar o pódio da atleta
Redator na Exame
Publicado em 12 de agosto de 2024 às 06h40.
Última atualização em 12 de agosto de 2024 às 06h54.
A USA Gymnastics anunciou que irá recorrer da decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS), que anulou a medalha de bronze conquistada por Jordan Chiles na prova de solo das Olimpíadas de Paris.A decisão judicial foi tomada após um recurso da equipe romena, que argumentou que a solicitação de revisão de nota feita pelo treinador de Chiles, Cecile Landi, foi submetida fora do prazo de um minuto estabelecido pela Federação Internacional de Ginástica (FIG)- com 4 segundos de atraso. Com isso, a romena Ana Barbosu foi promovida ao terceiro lugar, deixando Chiles fora do pódio. As informações são da Reuters.
A USA Gymnastics, no entanto, não concorda com o veredito e promete uma batalha jurídica para restabelecer a medalha de sua atleta. No domingo (11), a entidade americana apresentou novas evidências, incluindo um vídeo com registro de horário, que supostamente comprova que o pedido de revisão foi feito dentro do tempo regulamentar. Segundo a organização,o vídeo mostra que Landi apresentou a solicitação de revisão 47 segundos após a publicação da nota original de Chiles, seguido de uma segunda confirmação aos 55 segundos. Esses registros, segundo a USA Gymnastics, não estavam disponíveis durante o julgamento da CAS, e a organização acredita que, se tivessem sido considerados, poderiam ter alterado o resultado final.
A estratégia de apelação
A USA Gymnastics e o Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) indicaram que irão explorar todas as vias legais possíveis para reverter a decisão da CAS. Entre as opções consideradas estão apelações ao Tribunal Federal Suíço e à Corte Europeia de Direitos Humanos. As entidades argumentam que houve falhas significativas tanto na avaliação inicial da FIG quanto no processo de apelação da CAS, que, segundo elas, ignorou evidências cruciais e não deu às partes envolvidas a oportunidade adequada de defesa.
O Comitê Olímpico Internacional (COI), entretanto, já solicitou a devolução da medalha de bronze por parte de Chilese iniciou conversações com o Comitê Olímpico Romeno para organizar uma cerimônia de realocação da medalha para Ana Barbosu. Esse desenvolvimento coloca ainda mais pressão sobre a USA Gymnastics e o USOPC para agirem rapidamente, na tentativa de suspender a execução da decisão até que todos os recursos legais sejam esgotados.
Impacto no esporte
Enquanto a disputa legal continua, Jordan Chiles enfrenta um período de incerteza quanto ao futuro de sua carreira. A ginasta, que já conquistou uma medalha de ouro na final por equipes nos Jogos de Paris, agora vê sua imagem vinculada a uma polêmica internacional que pode ter consequências duradouras. A decisão de recorrer demonstra o compromisso da USA Gymnastics em proteger seus atletas, mas também levanta questões sobre a transparência e a justiça no processo de arbitragem esportiva.
A polêmica em torno do caso de Chiles destacou a necessidade de reformas nos procedimentos de revisão de notas e nas regras que regem os recursos apresentados durante as competições. Especialistas no esporte já estão discutindo possíveis mudanças para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro, garantindo que todos os atletas tenham acesso a um julgamento justo e equitativo.
Jordan Chiles, que planeja continuar competindo pela equipe de ginástica da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), permanece focada em sua carreira, apesar das adversidades. A atleta decidiu se afastar temporariamente das redes sociais para preservar sua saúde mental, enquanto aguarda o desfecho dos recursos legais apresentados pela USA Gymnastics.