Esporte

O que os campeonatos estaduais nos dizem sobre a consolidação do setor de apostas no Brasil

Segmento já registrou alta de 135% no Brasil, somente entre agosto de 2022 e agosto de 2023

Apostas em tutebol: segmento já registrou alta de 135% no Brasil (Getty images/Getty Images)

Apostas em tutebol: segmento já registrou alta de 135% no Brasil (Getty images/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 3 de abril de 2024 às 15h54.

Última atualização em 5 de abril de 2024 às 11h12.

*Cristiano Maschio, CEO da Qesh

Em meio às longas discussões e projeções desde que o mercado de apostas foi legalizado em solo nacional, ainda em 2018, a lei que regulamenta as apostas esportivas foi sancionada somente nos últimos dias de dezembro de 2023. Passados quase três meses deste marco, seguimos testemunhando o crescimento do segmento, que anteriormente já registrou alta de 135% no Brasil, somente entre agosto de 2022 e agosto de 2023, conforme Dados apurados pela Datahub e obtidos pelo Aposta Legal Brasil.

Nesse panorama, uma rápida análise da presença do setor nos principais campeonatos estaduais do Brasil nos faz observar um crescimento cada vez mais sólido do setor. Além da massiva quantidade de clubes patrocinados por casas de apostas, também é possível notar a grande presença das bets nos estádios e transmissões, seja em anúncios ou placas de publicidade.

No próprio Campeonato Paulista, algumas das marcas patrocinadoras das empresas e que dominam os anúncios publicitários são: Esportes da Sorte; Pixbet; Novibet; Betano e Sportingbet. Em outros estados, o Carioca tem patrocínio máster da Betnacional, o Baiano, da Superbet, e por aí vai. Inclusive, as próprias federações também destacam-se com acordos com empresas de bet, como a Federação Mineira, que vendeu os naming rights da Recopa Gaúcha para a Esportes da Sorte, ou a Federação Paranaense, que tem entre os patrocinadores oficiais empresas como 1XBet, BETesporte e Apostou.com.

A partir desse exemplo, já temos uma noção um pouco mais abrangente sobre o real impacto do setor no futebol brasileiro. Ao longo de 2023, por exemplo, o governo federal chegou a estimar que as apostas esportivas geravam R$ 3 bilhões ao futebol, considerando contratos de patrocínios e publicidade em camisas de times, placas de campeonatos e exposição na mídia. Ainda em 2023, outras estimativas destacaram que o valor já teria atingido o patamar dos R$ 3,5 bilhões.

Este é o tamanho deste segmento que tem se estabelecido cada vez mais no Brasil, contando, inclusive, com os avanços tecnológicos como um dos principais aliados nesse processo. Entre eles, os saques via Pix são destaques, sendo, inclusive, o principal motivo pelo qual apostadores escolhem um site de apostas esportivas, conforme pesquisa divulgada pelo site Mr. Jack.

Já outro dos fatores em jogo e que tende, também, a impulsionar o setor de betting é a construção de um mercado bem regulado, em que se vislumbra um horizonte mais promissor tanto para os executivos das bets quanto aos apostadores. Nesse contexto, em meio aos ajustes na regulamentação que o governo tem iniciado, através da publicação de portarias com diretrizes específicas, é esperado um crescimento ainda mais consolidado, com oportunidades de inovação e parcerias estratégicas.

Logo, a partir de uma regulamentação mais sólida, também vislumbra-se, juntamente, a possibilidade de uma indústria mais profissionalizada e alinhada com padrões internacionais, o que pode impactar positivamente os negócios e também a confiança dos apostadores.

Entre outros segmentos, o setor de betting também apresenta potencial para contribuir muito com o mercado brasileiro como um todo, desde a geração de empregos à arrecadação de receitas pelo governo. As estimativas, inclusive, apontam que o Estado pode ter uma arrecadação acima dos R$ 19,2 bilhões com a tributação das bets, somente com a receita bruta gerada, o Gaming Revenue (GGR), conforme levantamento do Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL), em parceira com o portal BNLData. A estimativa prevê esses números em caso de uma canalização acima de 90% dos brasileiros que estão apostando no mercado não regulado e que, portanto, não geram nenhum ganho para o país.

Entre as projeções e números concretos, o que já conseguimos observar, portanto, são grandes sinais de um mercado que cada vez mais cresce nos últimos anos, que ainda tem muito potencial para seguir gerando profundos impactos no esporte e, além disso, proporcionar benefícios diretos à sociedade.

*Cristiano Maschio é CEO da fintech Qesh e especialista no mercado de apostas, com formação em direito, MBA em gestão empresarial pela fundação Dom Cabral, gestão de projetos pela Fundação Getulio Vargas e consultor de empresas em Design Thinking.

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