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Quem é Max Verstappen, bicampeão mundial de Fórmula 1

O pai piloto, a estreia aos 17 anos, a namorada filha de Nelson Piquet: descubra a trajetória do novo campeão da temporada

Max Verstappen (Getty/Exame)

Max Verstappen (Getty/Exame)

Neste domingo, 9, com a vitória no Grande Prêmio de Suzuka, no Japão, Max Verstappen conquistou pelo segundo ano consecutivo o campeonato do mundo de Fórmula 1.

No ano passado, o piloto de 25 anos levou o título na última volta da última corrida, a de Abu Dhabi. Este ano se tornou bicampeão com quatro GPs de sobra. Um final cheio de confusão e polêmicas (sobretudo sobre segurança na pista), mas que consagra o piloto belga-holandês como um craque da categoria máxima das corridas de carro.

E foi justamente no Japão que Verstappen estreou sua carreira na F1, no dia 3 de outubro de 2014, em uma sessão de treinos livres da Toro Rosso, equipe de jovens talentos da Red Bull. No país do sol nascente, oito anos depois, foi coroado campeão pela segunda vez consecutiva.

E Verstappen é mesmo um sol nascente da Fórmula 1. No dia de sua estreia, ele tinha apenas 17 anos e 3 dias. Ainda tinha espinhas na cara e sequer possuía carteira de motorista, mas dirigiu tão bem que passou diretamente da Fórmula 3 para a Fórmula 1. Seu primeiro grande prêmio foi conquistado na Espanha, quando tinha 18 anos e 228 dias, superando o recorde precedente de 21 anos e 73 dias de Sebastian Vettel, em 2008 na Itália.

Família de pilotos

Max Verstappen é um piloto filho de pilotos, cuja carreira parece ser predestinada. O pai Jos, ex-piloto de Fórmula 1, e a mãe Sophie, piloto de kart o inspiraram desde cedo a o ajudaram a aprender "a arte" da condução de um carro em alta velocidade. E ele aprendeu bem como pilotar, pois quando pisa no acelerador não deixa passar nada.

"Não tenho ídolos, a única figura de referência é meu pai. Estou aqui para vencer, não estou interessado em parecer como os outros", declarou Vestappen depois de conquistar seu primeiro campeonato no ano passado. 

Nascido no dia 30 de setembro de 1997, sob o signo de Libra, na cidade holandesa de Hasselt, Vestappen teve a precocidade provocada pelo ambiente familiar. O pai, Jon, ex-piloto da Benetton, que deixava ele capotar em um mini-kart no jardim de casa já aos quatro anos de idade, e todas as sextas-feiras, quando saía da escola, o buscava com a van e fazia 1,2 mil km, atravessando a Europa inteira para ir pilotar na Itália no sábado e domingo, para depois percorrer na volta outros 1,2 mil km e levá-lo diretamente de volta à escola na segunda-feira de manhã.

"Quando criança, ele dava cavalos de pau e acelerava antes mesmo de saber ler e escrever", chegou a dizer a mãe.  A escola, na verdade, nunca foi uma prioridade em casa.

Verstappen foi criado dessa forma: uma vida dedicada aos carros de corrida. "Tentei não deixar nada ao acaso com ele", disse o pai, que cresceu o filho de uma maneira áspera, quase marcial, na base de motores e gasolina Se fosse um jogador de tênis, provavelmente hoje seria melhor do que campeões como Andre Agassi.

Estilo agressivo no volante

No ambiente da F1 há boatos que o pai pretendeu - e obteve - da Red Bull um contrato diferente dos outros pilotos. Por isso, quando em 2015, no Grande Prêmio de Singapura, o time lhe intimou de deixar passar o colega Carlos Sainz, Verstappen respondeu com um seco "não", e a coisa terminou por ali.

Por que com os Verstappen a coisa é diferente. A corrida parece uma luta corporal. E a melhor defesa, para ele, é sempre o ataque. Aliás, essa parece ser a única forma em que ele consegue pilotar um carro. Tanto que alguns colegas, como Lewis Hamilton, já chegaram a criticar esse estilo agressivo, que chega a deixar sinais no asfalto das manobras no limite regulamentar. Coisas que o ex-piloto Martin Brundle definiu "próprias de fórmulas menores".

A rivalidade com Hamilton marcou toda a temporada 2021, com o acidente na pista de Silverstone, no Reino Unido, quando Verstappen acabou batendo contra as barreiras de proteção.

Em 2018 a organização da F1 chegou a retirá-lo do pódio da corrida de Austin, no Texas, por direção irregular. A resposta do piloto foi em pleno estilo Verstappen: "É uma decisão estúpida tomada por um comissário idiota".

E essa espécie de "impunidade" que teoricamente o manteve sob uma bola de cristal, na verdade seria o motor da busca pelo limite que o levou a vencer Hamilton, até então considerado imbatível, no ano passado. Impunidade, agressividade e ousadia, a qual Verstappen acrescentou mais um elemento: uma metódica maturidade.

A própria Red Bull conseguiu se reconstruir em volta de Vestappen, privilegiando-o em detrimento do resto do time. Todos seus companheiros de equipe cederam espaço ao jovem prodígio: Carlos Sainz (na época da Toro Rosso), Daniel Ricciardo, Pierre Gasly, Alexander Albon. Sergio Perez, por outro lado, ainda resiste. Todos sabem ou entendem. Para a casa automotiva, só há uma trajetória que importa: a que leva Verstappen da largada até o pódio. Todas as outras são secundárias.

A própria Fórmula 1 parece ter conquistado mais interesse por parte do público graças a Verstappen, cujo estilo de direção deixa milhões de pessoas coladas em frente as televisões assistindo os Grandes Prêmios.

Verstappen genro de Nelson Piquet

Verstappen namora Kelly Piquet, nove anos mais velha, filha do grande Nelson, tricampeão mundial de Fórmula 1 na década de 1980. Até março de 2020 Kelly namorava outro piloto, o russo Daniel Kvyat.

O bicampeão do mundo mora junto com a brasileira em Montecarlo, no principado de Mônaco, em uma cobertura no mesmo prédio onde também moram Daniel Ricciardo e Felipe Massa. Uma mansão esplêndida, com terraço com vista para o Mediterrâneo, que se tornou famosa graças aos vídeos e fotos que o holandês publica em suas redes sociais, onde tem quase dez milhões de seguidores.

Amante dos animais, o piloto sofreu muito quando faleceu Spyke, seu cachorro de 11 anos, que o acompanhava nas fotos no Instagram. Agora ele mora com alguns gatos que adotou e que costumam viajar com ele.  

O salário de Verstappen seria de cerca de 25 milhões de dólares por ano. Mas os dados são de 2021. Com as 12 vitórias desta temporada e a conquista do Campeonato Mundial, esse valor com certeza vai aumentar.

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