As SAFs, Bahia, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Vasco e agora o Atlético-MG, tiveram motivos diferentes para optarem por se modificarem o seu modelo de gestão (Clube Atlético Mineiro/Pedro Souza/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 24 de julho de 2023 às 08h02.
Na última semana o Conselho Deliberativo do Atlético-MG aprovou a transformação do futebol do clube em SAF. O acordo prevê a venda de 75% do seu futebol para a Galo Holding e dois fundos, um de investimentos e outros de torcedores.
Com isso, a quantidade de clubes que são SAF na série A chegou a sete. O Red Bull Bragantino não é uma associação e tampouco uma Sociedade Anônima do Futebol. O clube, antes mesmo da formação do sansão da lei da SAF optou por se transformar em clube-empresa.
As SAFs, Bahia, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Vasco e agora o Atlético-MG, tiveram motivos diferentes para optarem por se modificarem o seu modelo de gestão, seja para pagar dúvidas ou investir. Especialistas consultados pelo GLOBO respondem qual deles fez o melhor negócio.
Para o economista César Grafietti, da consultoria Convocados, há dois fatores centrais a serem analisados, o primeiro deles é o motivo da transformação e o segundo o quanto o acionista (dono) pretende agregar em termos de gestão. Para ele, partindo dessas premissas, o clube que até agora fez o melhor negócio foi o Bahia com o Grupo City.
"Primeiro porque foi uma decisão da associação, e não uma necessidade por estarem excessivamente endividados. Depois, porque o novo acionista é do ramo, e tem muito a aportar em gestão, que vai muito além do dinheiro. Em campo o início é menos impactante, mas falamos de um processo de longo prazo, e o Bahia está no caminho certo" disse.
Grafietti contou também que o Coritiba tem um acionista que pode pensar apenas na gestão porque o clube já havia resolvido as suas dívidas através de uma recuperação judicial. E frisou que Botafogo, Vasco, Cruzeiro e Atlético-MG se transformaram em SAF por necessidade. E há ainda uma dificuldade que é o perfil dos acionistas.
— Uma grande dificuldade nesse processo passa pelo perfil dos acionistas. Exceto pelo grupo City e pela equipe do Cruzeiro, os demais acionistas não têm histórico no futebol, não são o que chamamos de “acionistas estratégicos”, que aportam dinheiro, mas essencialmente gestão especializada e conhecimento de mercado. Isso implica num período maior de adaptação e ajuste, e consequentemente, demanda mais paciência dos torcedores. De qualquer forma, não tenho dúvidas de que os clubes estão melhores hoje que no período associativo. Seja pela gestão ou pelo dinheiro. Se permanecessem como estavam, a chance de sobrevivência era zero — contou.
Para o advogado Eduardo Carlezzo, especializado em direito desportivo e sócio da Carlezzo Advogados, em todas as operações realizadas até agora, as dívidas foram fatores importantes. O que faz ele considerar que os clubes negociaram com a faca no pescoço.
— Os clubes carregavam dívidas que não poderiam quitadas de forma orgânica. Ou seja, os clubes negociaram com a faca no pescoço pois não havia alternativa — alegou.
Além disso, afirmou que o Brasil entrou em posição de destaque, o que não tinha há dois anos:
— Todos os investidores do futebol estão olhando algo por aqui. Nem todas as operações estão acontecendo na velocidade desejada, mas é fato que o país entrou definitivamente no rad