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Cerveja, fliperama e paquera: conhecemos os bastidores da Vila Olímpica em Paris

Restrita a competidores e a um reduzido grupo de convidados, a instalação foi pensada para que atletas possam ter tranquilidade antes e após as competições

Olimpíadas de Paris: veja a Vila Olímpica, onde ficam hospedados os atletas do mundo todo (Vila Olímpica/Divulgação)
Lucas Amorim

Diretor de redação da Exame

Publicado em 31 de julho de 2024 às 16h55.

Última atualização em 31 de julho de 2024 às 19h25.

A 15 quilômetros do burburinho dos turistas na região da Torre Eiffel, a Vila Olímpica é um oásis de tranquilidade na região de Saint-Denis, ao norte de Paris. A convite do Comitê Olímpico Brasileiro , a EXAME se juntou a um grupo restrito de visitantes que entram diariamente nas instalações.

A vila tem 82 prédios e 7,2 mil quartos destinados a receber um total de 15 mil atletas das 207 delegações olímpicas e das 185 paralímpicas.A construção custou € 2 bilhõese após os Jogos dará origem a um novo bairro, com os prédios sendo convertidos em instalações residenciais e comerciais.

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Isso explica a variedade na arquitetura dos prédios, todos muito diferentes entre si. Os apartamentos pensados para uso residencial têm sacadas e os prédios, às vezes, até cobertura com área de lazer. Os edifícios pensados para uso comercial têm acabamento mais sóbrio, pé-direito alto no térreo e muitas vezes não têm sacada.

Como é a Vila Olímpica de Paris?

Para entrar no complexo é necessário passar por um detector de metais e deixar o passaporte retido, o que sempre dá um frio na espinha. Uma vez dentro da vila, a orientação geral é para evitar abordar os atletas. Isso não impede que entre eles a tietagem seja intensa, como mostraram imagens de ídolos como o tenista espanhol Carlos Alcaraz sendo incessantemente procurado para fotos.

Algumas delegações ocuparam prédios inteiros, como as de Estados Unidos e China, enquanto outras menores utilizam uns poucos apartamentos. As bandeirinhas nas sacadas facilitam a identificação. O Brasil ocupa os seis primeiros andares de um edifício que recebe também atletas do Quênia e da Eslováquia.

Decoração e preferências

A decoração final dos espaços comuns fica a cargo de cada comitê olímpico. O Brasil, por exemplo, instalou ar-condicionado nos apartamentos, um luxo num complexo bem ao estilo francês, sem ar. O térreo do prédio brasileiro tem uma recepção como de hotel, responsável pelo check-in e pelo check-out dos atletas. A área comum tem também salas de televisão, academia e áres de recuperação com piscina de gelo, por exemplo.

A distribuição dos prédios, e dos quartos, obedece um método que alia lógica esportiva com um certo jeitinho. Ficar perto das áreas comuns, por exemplo, economiza energia em caminhadas. Mas alguns países buscam  características específicas — os do Leste Europeu, por exemplo, preferem prédios sem detector de fumaça, já que muitos atletas e treinadores fumam.

Dentro dos apartamentos

As delegações separam os atletas em duplas nos quartos pensando também no lazer. Os solteiros, por exemplo, podem ficar juntos para facilitar encontros casuais — mais comuns do que se pode supor. As famosas camas de papelão suportam o peso de dois adultos pulando, como mostram vídeos postados nas redes.

Para se locomover na Vila, os atletas caminham, usam bicicletas, carrinhos elétricos ou até skate e patinetes. As áreas comuns têm o restaurante olímpico, um terminal de ônibus para levar as delegações aos jogos, além de cafés, quiosques de comida, um bar (patrocinado pela Corona, apenas com cerveja zero), um supermercado Carrefour , uma loja oficial e áreas de descompressão com fliperama, pebolim e outros jogos.

Marcas e patrocínio

Patrocinadores fazem ações focadas para os atletas, como os quiosques da Coca-Cola , ou uma promoção do Airbnb que oferece um voucher pós-jogos apenas para os atletas. Entre uma competição e outra, eles também compram com vontade na loja oficial, abarrotada de atletas quando a EXAME visitou.

Um dia depois de ser eliminado, o atleta precisa deixar as instalações. Com ou sem medalha, mas abarrotado de brindes – e de novos contatos.

*O jornalista viajou a convite da Ajinomoto do Brasil

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