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G20, energia e Mês das Mulheres: quais temas movimentam o ESG nesta semana

Ao longo desta semana, foi apontada a necessidade do Brasil aproveitar o G20 para atrair investimentos em desenvolvimento verde; transição energética e equidade de gênero também são destaques

Destaques da semana em ESG (GettyImages/Getty Images)
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 2 de março de 2024 às 08h10.

As discussões sobre o encontro dos líderes do G20 no Brasil estão sendo reforçadas na agenda ESG (sigla em inglês para sustentabilidade, social e governança). Ao longo desta semana, em diferentes eventos, a necessidade do País aproveitar a oportunidade para atrair investimentos em desenvolvimento verde foi apontada, seja no encontro entre a a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos; ou ainda no Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, que recebeu personalidades brasileiras e internacinais, como o ex-CEO da Unilever, Paul Polman e Mark Carney, ex-presidente do Banco da Inglaterra e enviado especial da ONU para Ação Climática e Finanças -- Carney foi responsável também por assinar um acordo que deve impulsionar o tema por aqui.Além disto, as questões de transição energética seguem movimentado o mercado.

Enquanto a a Petrobras anunciou o início da comercialização do diesel renovável, o biometano brasileiro também pode ser uma da soluções. E, com a proximidade do Mês Internacional da Mulher, temas como a dupla jornada feminina e as necessidades de políticas das empresas para cada fase da vida também foram pauta.

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Outro destaque é o anúncio da plataforma Exame Plural, que nos próximos dias publicará reflexões de mais de vinte lideranças femininas no ambiente corporativo, no empreendedorismo e na filantropia, que aceitaram compartilhar em suas vozes, histórias, visões, questionamentos, respostas, desafios e oportunidades percebidas ao longo de suas próprias jornadas ou nos negócios que comandam.

O encontro entre o produtivismo de Janet Yellen e a reindustrialização verde de Marina Silva

Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos, se encontrou com jornalistas nesta terça-feira, 27, no salão nobre da Sala São Paulo, luxuosa sala de concertos ao lado da icônica Estação da Luz, no centro da capital paulista. Após uma fala de pouco mais de 10 minutos, respondeu a cinco perguntas da imprensa: quatro delas de veículos estrangeiros, e uma de um veículo brasileiro – sobre o estado da economia americana.

A falta de Brasil na primeira agenda do dia, no entanto, foi em parte compensada no segundo compromisso: um debate com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, mediado pelo presidente da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), Abrão Neto.

Aceleração econômica só é possível ao considerar mudanças climáticas, apontam especialista em Fórum

O luxuoso hotel Rosewood, em São Paulo, estava abarrotado de especialistas em finanças e temas ligados ao clima. Representantes da sociedade civil, governos e organizações não-governamentais lotavam o auditório principal do seis estrelas, nestas segunda e terça-feira, 26 e 27, para o Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, um dos eventos da Trilha de Finanças do G20, série de encontros que reúne os ministérios da economia e finanças das 20 maiores economias do planeta. Os debates levaram, pelo menos, a uma conclusão: não é possível considerar aceleração socioeconômica sem as mudanças climáticas.

" O custo das mudanças climáticas é de 22 bilhões de dólares ao ano. Além disto, os eventos extremos podem levar 3 milhões de pessoas à pobreza todos os anos na América Latina. Assim, estamos trabalhando para aumentar os investimentos e mudar a realidade", diz Ilan Goldfajn , presidente do BID.

BNDES e GFANZ assinam acordo para financiar projetos de transição ambiental no Brasil

Mark Carney, ex-presidente do Banco da Inglaterra e enviado especial da ONU para Ação Climática e Finanças, e Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, assinaram na tarde desta segunda-feira, 26, uma parceria de colaboração entre a Glasgow Financial Alliance for Net Zero(GFANZ), coalizão global das principais instituições financeiras comprometidas em acelerar a descarbonização da economia – da qual Carney é co-presidente, e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A iniciativa criará umaplataforma de mobilização de capital intersetorial, cujo objetivo é promover a colaboração público-privada para acelerar o financiamento de projetos prioritários do governo relacionados à estratégia brasileira de transição climática. A plataforma buscará desenvolver soluções de financiamento para gerar empregos sustentáveis, aumentar o investimento em tecnologias de baixo carbono e desenvolver as economias sustentáveis do Brasil que protegem a natureza e a biodiversidade.

Paul Polman: liderança ambiental é oportunidade histórica e gera desbloqueio econômico para o Brasil

Para Paul Polman, ex-CEO da Unilever, o Brasil pode se tornar um líder do Sul Global na luta pela transformação ecológica. “O Brasil já lidera o uso de energias limpas, vocês estão agora como exemplo para o resto do mundo. Este pode ser o maior desbloqueio econômico do país”, afirmou.

O ex-CEO, que implantou na Unilever um dos planos de transformação sustentável mais ambiciosos do mundo corporativo, perdeu o emprego e se tornou uma das vozes mais atuantes no combate às mudanças climáticas, esteve presente no primeiro dia do Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas , realizado em São Paulo. O encontro reuniu líderes globais na busca por um desenvolvimento sustentável, discutiu as estratégias para implementar uma economia ligada à sustentabilidade e o papel do Brasil na presidência do G20 e como anfitrião da Conferência da ONU pelo Clima de 2025 (COP30), que será realizada em Belém.

Ao custo global de R$ 3,1 tri, manejo de resíduos pode virar negócio, como o biometano brasileiro

A edição mais recente do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, de 2023, elaborado pela Abrema, calcula ainda que 61,1% dos resíduos sólidos urbanos gerados no país são lixo doméstico e produzidos por pequenos estabelecimentos.A estimativa é que, aproximadamente, 27,9 milhões de toneladas foram enviadas para os lixões e 5,3 milhões de toneladas nem sequer foram coletados, ou seja, tiveram o descarte inadequado.

O controle adequado dos resíduos, por exemplo, por meio de melhores métodos de tratamento, limitaria o seu custo líquido anual a US$ 270 bilhões ( R$ 1,3 trilhão na cotação atual) até 2050.

Mas é possível ir mais longe, avançando para uma verdadeira economia circular, melhores práticas industriais e uma gestão abrangente de resíduos, o que poderia gerar inclusive um lucro líquido de mais de U$ 100 bilhões por ano (R$ 495 bilhões na cotação atual), defende o relatório intitulado "Transformar resíduos em recursos".

Depois do Paraná, Petrobras entra com diesel renovável em SP

A Petrobras anunciou o início da comercialização do diesel renovável ( Diesel R5 ) a partir de sua refinaria em Cubatão (SP), ainda na primeira semana de março. Com isso, a companhia passa a oferecer o produto no principal mercado do país, o do estado de São Paulo.

Até agora, o combustível, que reduz a emissão de gases efeito estufa ( GEE ), era comercializado apenas no Paraná, por meio da Refinaria Presidente Getúlio Vargas ( Repar ). Com a decisão, o Diesel R5 também será produzido Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), de acordo com a empresa.

Sintomas da menopausa afetam trabalho das mulheres e apoio na empresa é fundamental, diz Korn Ferry

Até 2025, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo terão de lidar com a menopausa. Apenas nos Estados Unidos, mais de 1 milhão de mulheres entram na menopausa a cada ano. Pensando nisto, a consultoria Korn Ferry, em parceria com a empresa de saúde Vira Health, realizou uma pesquisa global com mais de 8.000 mulheres para compreender melhor o papel da perimenopausa/menopausa e os impactos no ambiente de trabalho.

Embora a maioria das mulheres da amostra não tenha apresentado uma visão negativa sobre suas experiências com a perimenopausa/menopausa, quase metade (47%) das mulheres teve sintomas relacionados à perimenopausa/menopausa que afetaram sua vida e seu desempenho profissional. Entre elas, 40% relataram ter seis ou mais sintomas diferentes que impactaram o desempenho profissional.

"Temos visto o aumento do número de pessoas com 50 anos ou mais no mercado de trabalho. Assim, a pesquisa é uma oportunidade de olhar para necessidades específicas das mulheres que, neste período, têm novos desafios e sintomas de algo que é natural. É papel das empresas colocar o tema como parte da discussão de diversidade e inclusão para que elas continuem tendo perspectivas de carreira", diz Adriana Rosa, Korn Ferry sócia e líder da prática de transformação, em entrevista à EXAME.

'Adiei a decisão de ter mais um filho pela carreira', diz Raquel Reis, CEO da SulAmérica

Uma das únicas lideranças femininas do mercado de seguros, Raquel Reis completou um ano como CEO da SulAmérica no início de 2024. Responsável pelas áreas de saúde e odontologia, mercados com pouquíssima representatividade de gênero na liderança, ela vê a diversidade na companhia como uma das causas do sucesso da empresa, que já conta com 5 milhões de beneficiários e mais de 4 mil colaboradores.

Para Reis, diversificar faz parte da sobrevivência de um negócio. “Quanto mais plural for a sua liderança, mais você vai estar pronto para atender públicos diversos. Sem diversidade, teremos um vício na produção de produtos para venda e não vamos atender toda população que poderíamos atender, de clientes a futuros clientes”, contou em entrevista à Exame.

Que horas, como, para onde elas voltam: lideranças femininas falam sobre carreira e equidade

Não por acaso no mês que marca mundialmente a luta por direitos femininos e em que lançamos Exame Plural, que reforça a cobertura de diversidade, com olhar mais profundo para mulheres. E muito mais do que lamentar as más notícias, nos propusemos nas últimas semanas a procurar as boas notícias ou as necessárias reflexões que possam nos levar até e que possam nos levar até elas, até o dia em que elas sejam maioria. Elas, as boas notícias para nós, e nós, as mulheres, as mulheres negras, as indígenas, as quilombolas, as PCDs, as 50+, as trans, que somos parte da imensa população chamada, num grande paradoxo da língua portuguesa, de minorizada.

Por isso nos próximos dias convidamos a acompanhar por aqui, as mais de vinte lideranças femininas no ambiente corporativo, no empreendedorismo e na filantropia, que aceitaram compartilhar em suas vozes, histórias, visões, questionamentos, respostas, desafios e oportunidades percebidas ao longo de suas próprias jornadas ou nos negócios que comandam. Embora em um primeiro momento possa parecer um apanhado de relatos individuais, certamente falarão com algum lugar comum à jornada de todas as mulheres. E, quem sabe, nos tragam algumas boas pistas do caminho de volta ou, melhor ainda, de avanço.

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