Custo das mudanças climáticas é de US$ 22 bi por ano, diz presidente do BID
Segundo Ilan Goldfajn, bancos de desenvolvimento e instituições multilaterais têm papel importante, mas não como protagonistas, em destravar investimentos para a transição energética
Agência de notícias
Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 18h00.
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento ( BID ), Ilan Goldfajn , comentou o impacto das mudanças climáticas na economia, como o aumento da temperatura do planeta que levou 2023 a ser o ano mais quente da história, que tem custos estimados de US$ 22 bilhões por ano.
Eventos climáticos podem levar a mais de 3 bilhões de pessoas para a pobreza, comentou Goldfajn em um debate, ressaltando a necessidade de enfrentar esse problema. "O custo das mudanças do clima afeta a sociedade, afeta as pessoas, aumenta a pobreza."
Para Goldfajn, os bancos de desenvolvimento e instituições multilaterais têm papel importante em destravar investimentos para a transição energética, mas não podem ser o ator principal.
É preciso também a atuação da iniciativa privada. Por isso, o governo brasileiro lançou nesta segunda-feira, 26, um programa de proteção cambial, com a colaboração do BID e do Banco Central.
Mais recursos
Goldfajn lembrou que o BID prometeu triplicar os recursos destinados a financiar projetos de infraestrutura para combater as mudanças climáticas, de US$ 50 bilhões para US$ 150 bilhões nos próximos 10 anos. "Temos todo interesse em projetos de transição da economia do Brasil", disse ele.
O Brasil é o maior cliente do BID. "Temos todo interesse alinhado", disse no evento. O ex-presidente do Banco Central participou do Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, que começou na tarde desta segunda-feira, 26.
Para tentar atrair o setor privado, o presidente do BID disse que a proteção cambial é uma forma de estimular que estes agentes invistam mais. Em estudo, estão formas de se lançar bônus da Amazônia, para captar recursos.
Há ainda em discussão os " debt swaps ", estruturas para financiar projetos com troca de dívida. "Os recursos que a gente usa têm que ter os incentivos corretos", afirmou Goldfajn.
Uma das possibilidades é que, caso os países consigam cumprir metas climáticas, o custo de financiamento se reduza para esse mercado.