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COP28 e a divulgação dos dados climáticos. Quais são os próximos passos?

Time da EXAME ESG conversa sobre a importância do balanço global de carbono em novo vídeo; Assista

Ondas de calor: A maior incidência e intensidade de eventos climáticos extremos, como tempestades, ondas de calor e enchentes, já são algumas das consequências do aquecimento terrestre. (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Fernanda Bastos

Repórter de ESG

Publicado em 1 de dezembro de 2023 às 07h00.

Última atualização em 1 de dezembro de 2023 às 08h09.

O Global Stocktake, ou balanço global de carbono, será apresentado durante a 28ª Conferência das Partes, a grande conferência sobre mudanças climáticas daOrganização das Nações Unidas (ONU)– e este é o tema do segundo vídeo sobre a COP28 especial da EXAME. O balanço tem como objetivo esclarecer em qual etapa os países estão na rota de limitar o aquecimento global em 1,5ºC, levando em consideração o que foi apontado pelo Acordo de Paris e por estudos do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) como limites para evitar consequências extremas das mudanças climáticas.

Na ocasião, Rodrigo Caetano, editor de ESG da EXAME, e Marina Filippe, repórter de ESG da EXAME, convidam Talita Assis, especialista em ESG da EXAME, para uma roda de conversa sobre os pontos mais recentes desta discussão. Para a pesquisadora, o Global Stocktake é importante para esclarecer, de maneira prática, quanto a Terra está aquecendo, além de elucidar pontos centrais para a tomada de decisões – além de esclarecer a relação de comprometimento e posturas dos governos sobre as emissões de carbono.

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“O objetivo é entendermos enquanto mundo como estamos em relação à crise climática. Esse processo é longo, sem a intenção de apontar como cada país está evoluindo individualmente na agenda climática, mas entender onde estamos enquanto humanidade”, afirma. Este é o primeiro relatório do balanço de carbono, que deve ser apresentado na COP de cinco em cinco anos.

O vídeo discute como a sociedade evoluiu, mas de maneira tímida se comparada com a necessidade. Em setembro deste ano, foi apresentada uma síntese do que será discutido na COP em maior profundidade. “É preciso evoluir e se apoiar nas decisões tomadas para conduzir acordos globais”, diz Assis, “Nós estamos acima do nível de emissões acordado, o que foi feito não é suficiente para alcançarmos as metas, mas temos condições tecnológicas para fazer transições seguras”.

Quer saber tudo sobre a COP28? Acompanhe a página especial da EXAME

Falar de justiça climática importa

Assis ressalta que não há como dissociar a discussão dessa COP com a discussão de justiça climática. É fato: países ricos são os que mais contribuem para as mudanças climáticas e os que menos sofrem suas consequências. Por esse motivo, muito se fala sobre um “financiamento de adaptação”, ou seja, um fundo financeiro direcionado aos países mais pobres para criar ferramentas e estruturas para lidar com situações climáticas urgentes.

Essa discussão tem uma perspectiva social que precisa ser considerada. Por exemplo, no caso da Amazônia, se as pessoas que moram nos territórios amazônidas não forem consideradas nas discussões climáticas, serão criados abismos sociais – visto que as pessoas que moram em regiões mais remotas, encontram maiores dificuldades para ter acesso a soluções de adaptação climática. Para Assis, este é um “ponto de pressão” para a COP28.

Há urgência de adaptação, um olhar cuidadoso para o número e intensidade dos eventos extremos com consciência para a reestruturação e planejamento. Assis também ressalta que é necessário evolução no acordo da exploração do petróleo, além da diplomacia.

As consequências do aquecimento e o papel das empresas

Segundo Assis, a população já colhe as consequências do aquecimento da Terra, como a maior eventualidade de eventos extremos como enchentes, ondas de calor, secas e tempestades. Mas, para ela, é importante entender que existem duas frentes de incentivos para que o setor privado se envolva nessa narrativa, sendo eles: os riscos físicos – a incidência de eventos extremos – e riscos transacionais – as mudanças legislativas e governamentais, além do comportamento do consumidor.

“As empresas estão ajudando, principalmente pensando em riscos físicos, a fomentar as mudanças no governo e mudanças nos consumidores. E eu acho isso muito positivo! A empresa tem um papel determinante em se colocar como protagonista, acho fundamental esse posicionamento e acho interessante acompanharmos isso durante a COP28”, afirma Assis.

Assista o vídeo completo abaixo:

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