ESG

Guterres, da ONU, alerta: "Vivemos um colapso climático em tempo real"

Para o secretário-geral, os líderes globais precisam começar a agir na COP28, em "uma corrida para manter vivo o limite de 1,5 graus"

Guterres, secretário geral: "Os líderes devem nos tirar desta situação a partir da COP28" (TIMOTHY A. CLARY/Getty Images)

Guterres, secretário geral: "Os líderes devem nos tirar desta situação a partir da COP28" (TIMOTHY A. CLARY/Getty Images)

Paula Pacheco
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 30 de novembro de 2023 às 07h30.

António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), foi direto em seu vídeo para a abertura da COP-28. Nada de meias palavras. A situação do clima global em 2023 é clara. "Vivemos um colapso climático em tempo real. E o impacto é devastador", afirma.

O representante da ONU lembra que as mudanças climáticas estão acontecendo de forma acelerada. Tanto que, um mês antes do final do ano, já é possível afirmar que 2023 é o ano mais quente já registrado na história da humanidade. Da mesma forma, o que se vê é uma subida acelerada no nível do mar, que atingiu as maiores marcas  registradas, assim como as temperaturas da superfície marítima e os níveis de gelo marinho na Antártica.

"Este ano assistimos comunidades em todo o mundo atingidas por incêndios, inundações e temperaturas abrasadoras.
O aquecimento global recorde deverá provocar arrepios na espinha dos líderes mundiais. E isso deve levá-los a agir", alerta.

Caos climático

Para Guterres, as mudanças descritas por ele compõem um roteiro para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius e evitar o pior do caos climático.

Para isso, no entanto, o secretário-geral da ONU explica que os líderes globais precisam começar a agir na COP28, no que ele chama de "uma corrida para manter vivo o limite de 1,5 graus", com o estabelecimento de planos claros de ação climática,  parcerias e financiamentos para torná-los viáveis. Por exemplo, comprometendo-se com o triplo das energias renováveis e o dobro da eficiência energética.

Outro compromisso necessário, segundo Guterres, é a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, com um prazo claro e alinhado ao limite de 1,5 graus. O líder da ONU destaca que todas essas ações não podem deixar de fora a proteção das pessoas do que ele classifica como "caos climático.

"Todas as pessoas na Terra devem ser protegidas por um sistema de alerta precoce até 2027, por meio da implementação do plano de ação que lançamos no ano passado. E todos os países em desenvolvimento vulneráveis devem ter o apoio necessário para desenvolver e implementar um plano de investimento em adaptação até 2025", sugere.

Os líderes, acrescenta o secretário-geral, devem fazer com que o Fundo de Perdas e Danos comece da melhor forma, com contribuições "generosas e antecipadas".

Segundo Guterres, os países desenvolvidos devem cumprir a promessa de disponibilizar US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático. Além disso, precisam apresentar um plano claro que mostre como irão cumprir o compromisso de duplicar o financiamento da adaptação até 2025 - seria um primeiro passo para garantir que pelo menos metade de todo o financiamento climático seja destinado à adaptação.

"O relatório de hoje mostra que estamos em sérios apuros. Os líderes devem nos tirar desta situação a partir da COP28", recomenda.

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