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Clube ESG: projeto Onçafari e a preservação da biodiversidade é tema de encontro na EXAME

Mario Haberfeld, fundador da iniciativa, conta como a convivência harmoniosa entre humanos e grandes predadores promove a conservação. Projeto coleciona sucessos, mas fogo e mudanças climáticas ameaçam biomas

Mario Haberfeld, do Onçafari, em palestra na EXAME: "Precisamos investir mais em prevenção e monitoramento de incêndios" (Eduardo Frazão/Exame)

Mario Haberfeld, do Onçafari, em palestra na EXAME: "Precisamos investir mais em prevenção e monitoramento de incêndios" (Eduardo Frazão/Exame)

Rodrigo Caetano
Rodrigo Caetano

Editor ESG

Publicado em 8 de agosto de 2024 às 12h07.

Há 15 anos, o projeto Onçafari constrói corredores verdes para a preservação da biodiversidade brasileira. Com técnicas de manejo e tecnologias de monitoramento, das mais avançadas, a organização busca aproximar a fauna -- em especial os grandes felinos, como a onça pintada -- das pessoas, promovendo a coexistência harmoniosa entre os animais e os humanos.

Mario Haberfeld, fundador da iniciativa, contou como teve a ideia a partir de viagens que fez à África. No Parque Nacional Kruger, por exemplo, ele aprendeu como a dessensibilização de grandes predadores em relação aos humanos viabiliza o ecoturismo de observação, e pode ser uma ferramenta poderosa para a preservação. “As onças no Brasil aprenderam a ficar longe das pessoas. Nós usamos técnicas para acostumá-las com a nossa presença, e isso nos permite chegar bem perto”, disse Haberfeld, um ex-piloto de automobilismo, com passagem pela Fórmula 1, transformado em conservacionista por vocação.

O empreendedor de impacto foi o palestrante do primeiro encontro do Clube ESG da EXAME, realizado nesta quarta-feira, 7. Por duas horas, Haberfeld encantou a plateia, formada por executivos de grandes empresas, como Grupo Boticário, CBA, Ambev, Pepsico, Caramuru, Tegra, Totvs, Roche, Natura, Diageo, entre outras. Sua jornada ofereceu insights relevantes para os profissionais de sustentabilidade presentes, e inspirou o seleto público com seu propósito de defesa do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida no planeta. O modelo de negócios do Onçafari está apoiado em três vertentes, as doações de pessoas físicas, o ecoturismo e os patrocínios empresariais. Com essa diversificação de receita, Haberfeld garante a perenidade da iniciativa, e coleciona superávits, que são reinvestidos no projeto, desde o segundo ano de atuação.

A preservação da biodiversidade é um tema crescente no universo ESG. As mais recentes pesquisas científicas na área climática apontam para a necessidade de fundir as ações de defesa da fauna e da flora, já que ambas funcionam de maneira integrada e codependente. Para o Brasil, dono da mais rica e abundante biodiversidade do mundo, é um assunto extremamente estratégico. Haberfeld considera que passou da hora de o país ter uma política integrada de construção dos corredores verdes necessários para a vida dos animais.

Clube ESG: encontro reúne profissionais da sustentabilidade e executivos de grandes empresas na Exame (Eduardo Frazão/Exame)

Ameaças climáticas

O Onçafari tem como base a fazenda Caiman, no Pantanal, cuja área soma 53 mil hectares. O projeto atua também na Amazônia, onde controla uma área de 400 hectares no Pará; no cerrado, a partir da Pousada Trijunção, fazenda com 33 mil hectares na divisa dos estados de Minas Gerais, Bahia e Goiás; e na Mata Atlântica, onde mantém uma parceria com a Votorantim para a gestão do Legado das Águas, maior reserva privada do bioma no país com 31 mil hectares. Esse trabalho já viabilizou a identificação de 300 onças-pintadas, com a implementação de 50 radio-colares de monitoramento. A ONG contabiliza mais de 3,4 mil avistamentos de felinos.

Todo esse trabalho, no entanto, é ameaçado pelas mudanças climáticas e pela inépcia do poder público. Este ano, o Pantanal enfrenta uma das maiores secas já registradas, e os incêndios, a maioria iniciada por ação humana, já destruíram 1,3 milhão de hectares, cerca de 9% do bioma. “Temos nossas brigadas, com todos os equipamentos, incluindo aviões, mas o fogo consome tudo muito rápido. Precisamos investir mais em prevenção e monitoramento para atuar imediatamente após o incêndio ter começado”, disse Haberfeld.

Os executivos presentes puderam não apenas conhecer esse case de sucesso, como também trocar experiências e conhecimento no coquetel e no jantar oferecidos. A noite se encerrou com um elogiado cheesecake de frutas vermelhas e um bar de drinques oferecido pela Diageo. O Clube ESG promoverá encontros bimestrais entre executivos, com a curadoria de conteúdo da redação da EXAME. Para mais informações sobre como participar, envie um e-mail para danilo.ruiz@exame.com.

Acompanhe tudo sobre:PantanalBiodiversidadeMudanças climáticas

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