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BlackRock reduz apoio a propostas ESG para mínimo histórico

Gestora de ativos apoiou apenas 4% das propostas ambientais e sociais em 2023, destacando o aumento da polarização em torno das questões ESG

BlackRock continuou a apoiar propostas de governança, mas iniciativas ambientais e sociais têm encontrado menos respaldo. (Shannon Stapleton/Reuters)

BlackRock continuou a apoiar propostas de governança, mas iniciativas ambientais e sociais têm encontrado menos respaldo. (Shannon Stapleton/Reuters)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 07h41.

Última atualização em 22 de agosto de 2024 às 08h43.

A BlackRock, líder mundial na gestão de ativos, reduziu drasticamente seu apoio a propostas ambientais e sociais durante o último ano, sinalizando uma mudança em sua abordagem às questões ESG (ambientais, sociais e de governança). De acordo com o relatório anual de governança da empresa, a gestora apoiou apenas 4% das 493 propostas ambientais e sociais apresentadas por acionistas em 2023, um declínio notável em relação ao apoio de 47% registrado em 2021. As informações são do Financial Times.

A diminuição do apoio ocorre em um momento de crescente controvérsia em torno das iniciativas ESG, que enfrentam críticas tanto de conservadores, que veem essas ações como um desvio da missão empresarial, quanto de ativistas climáticos, que pressionam por medidas mais contundentes contra as mudanças climáticas. A BlackRock justificou sua postura afirmando que muitas das propostas analisadas careciam de mérito econômico ou abordavam riscos que as empresas já estavam gerenciando de forma adequada.

Esse cenário reflete as dificuldades enfrentadas pelas empresas na navegação pelo complexo ambiente político e econômico atual, onde as questões ESG, antes vistas como um conjunto único de princípios, agora estão cada vez mais divididas e tratadas de forma distinta. Enquanto a BlackRock continuou a apoiar propostas de governança que visam proteger os direitos dos acionistas e promover conselhos fortes, as iniciativas ambientais e sociais têm encontrado menos respaldo.

'Interesse dos clientes'

A BlackRock também enfrentou críticas por sua oposição a 88 resoluções anti-ESG apoiadas por conservadores, que buscavam impedir as empresas de abordar questões ambientais e sociais. No entanto, a gestora manteve uma postura firme, afirmando que suas decisões de voto refletem o melhor interesse de seus clientes, focando em propostas que considera relevantes para a governança corporativa.

Em 2023, o apoio mediano a propostas ambientais e sociais em empresas do índice Russell 3000 foi de 21% e 18%, respectivamente, de acordo com dados do ISS-Corporate. Apenas duas questões relacionadas ao clima obtiveram apoio majoritário, o que ressalta as dificuldades contínuas em promover mudanças significativas nas práticas corporativas em torno dessas questões.

Embora o apoio da BlackRock às questões ESG tenha diminuído, a gestora continuou a demonstrar um forte compromisso com as questões de governança. A empresa votou a favor de 79 das 374 propostas de governança que considerou, um aumento significativo em relação ao ano anterior. Entre as propostas mais comuns estavam aquelas que buscavam a introdução de maior transparência e a simplificação dos processos de votação nas assembleias.

A abordagem da BlackRock reflete uma estratégia de balanceamento entre as expectativas dos diferentes stakeholders e a necessidade de gerenciar riscos econômicos em um cenário de crescente polarização. Com um foco maior em governança, a gestora parece estar priorizando a proteção dos direitos dos acionistas e a estabilidade corporativa, em detrimento das propostas ambientais e sociais que, segundo a empresa, nem sempre trazem benefícios claros.

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