Economia

Lula pede que Macron e Meloni deem aval ao acordo Mercosul-UE

Presidente francês rejeitou a proposta comercial e assinatura do texto vai depender do apoio do governo da Itália

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 19h14.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta terça-feira, 16, para que o presidente da França, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, votem a favor do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul ainda nesta semana, para que o documento seja assinado na cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, prevista para sábado, 20, em Foz do Iguaçu.

Durante seu discurso em uma reunião do Conselho de Participação Social, no Palácio do Planalto, Lula disse que tanto a UE quanto o Mercosul estão prontos para assinar o acordo, que está em negociação há pelo menos 26 anos.

No entanto, ele destacou como entrave a posição do governo francês, que tem se mostrado contrário à assinatura do acordo e pressionado para adiá-lo.

"Neste instante, a União Europeia está disposta a fazer o acordo, o Mercosul está disposto, e surgiu um pequeno problema. O presidente Macron, da França, está muito preocupado com os produtores rurais, que acham que vão perder competitividade na disputa com o Brasil, não estão querendo fazer o acordo agora porque o povo está meio rebelde na França", declarou Lula.

O presidente brasileiro também esclareceu que os produtos brasileiros tem seus diferenciais e isso não configura uma rivalidade com o mercado europeu.

"Mesmo eu dizendo para ele que o Brasil não compete com os produtos agrícolas da França. Na verdade, são coisas diferentes, são qualidades diferentes e estamos cedendo mais do que eles".

Expectativas para nova posição da França

O presidente Lula também disse que incentivou Emmanuel Macron a reconsiderar sua posição sobre o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Ele também mencionou Giorgia Meloni, destacando que, embora a Itália seja favorável ao acordo, nos últimos dias houve oscilações quanto à possibilidade de aprovar o adiamento da assinatura.

O governo italiano tem enfrentado pressão de outros países-membros da UE para apoiar a aprovação do acordo e garantir que ele seja assinado no dia 20 de dezembro, durante a cúpula em Foz do Iguaçu.

"Espero que o meu amigo Macron e a primeira-ministra Meloni da Itália, sabe, assumam a responsabilidade de, no sábado agora, eu estou indo para a Foz do Iguaçu fazer uma reunião da Unasul com a participação da União Europeia, eu espero que eles tragam a boa notícia de que vão assinar o acordo e que não vão ter medo, sabe, de perder competitividade com o povo brasileiro",

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