Satélite russo e foguete chinês têm risco alto de colisão no espaço
Ambos estão desativados e à deriva como lixo espacial. Choque é considerado “algo muito ruim”
Rodrigo Loureiro
Publicado em 15 de outubro de 2020 às 14h46.
Última atualização em 15 de outubro de 2020 às 15h12.
O lixo espacial é um problema do mundo moderno e que já fez a Nasa adotar medidas de precaução para desviar dos restos de um foguete. De acordo com a empresa americana LeoLabs, que faz o rastreamento de objetos perdidos no espaço , existe uma possibilidade consideravelmente alta de que um foguete chinês e um satélite russo , ambos desativados, possam colidir já nesta quinta-feira, 15. E isso pode ser um problema.
De acordo com a empresa que tem sede em Menlo Park, na Califórnia, a chance de colisão é superior a 10%. Isso é considerado como um “risco muito alto”. A previsão da companhia é que os dois objetos se choquem por volta das 21h56 (horário de Brasília). Isso deve ocorrer a 991 quilômetros da atmosfera do Atlântico Sul, em uma região próxima da costa da Antártida.
Os dois detritos espaciais são considerados grandes e têm massa combinada de 2.800 quilogramas. Os dois objetos viajam a uma velocidade de 14,7 quilômetros por segundo. A análise é de que os dois objetos podem se chocar porque vão estar a uma distância de 25 metros um do outro.
O problema dessa colisão é óbvio. O choque pode fazer com que esses objetos sejam despedaçados. Desta forma, milhares de novas peças de lixo espacial serão criadas. Algumas podem acabar viajando na direção da atmosfera terrestre. Além disso, esse novo lixo espacial pode atrapalhar o funcionamento de satélites que estão em operação.
Pelo Twitter, o astrônomo Jonathan McDowell informou que os objetos foram lançados há anos. Trata-se do satélite russo Parus, lançado em 1989 e do foguete chinês ChangZheng-4c, lançado ao espaço em 2009.
Esses foguetes lançados ao espaço muitas vezes servem apenas para levar suprimentos ou peças para ser instaladas na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). É o caso de um banheiro de mais de 130 milhões de reais que foi desenvolvido pela Nasa, na Terra, para ser instalado na ISS.
McDowell descreve os efeitos da possibilidade de colisão como “algo muito ruim”.
Uma solução para evitar isso seria reaproveitar foguetes e naves lançadas ao espaço. É o que a China está fazendo como uma resposta para os foguetes da SpaceX que retornam à Terra de forma autônoma (e geram uma economia bilionária para a empresa de Elon Musk.