Exame Logo

Prefeito quer Mariana considerada patrimônio da Unesco

Discursando em um evento paralelo à COP 21, o prefeito da cidade prometeu ainda diversificar a economia da cidade, até aqui dependente da mineração

Tragédia em MG: prefeito de Mariana afirmou que pretende candidatar a cidade a Patrimônio Histórico da Humanidade da Unesco (Douglas Magno / AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 18h52.

Paris - Um mês depois da tragédia ambiental na cidade de Mariana , em Minas Gerais, o prefeito do município, Duarte Júnior (PPS), pediu nessa quinta, 3, em Paris , apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a outras entidades da comunidade internacional para que auxiliem na reconstrução da cidade e de sua imagem.

Discursando em um evento paralelo à 21ª Conferência do Clima ( COP-21 ) das Nações Unidas, Duarte Júnior prometeu ainda diversificar a economia da cidade, até aqui dependente da mineração.

O evento aconteceu na embaixada do Brasil em Paris, na véspera de um encontro de prefeitos de todo o mundo implicado no combate às mudanças climáticas.

O prefeito afirmou que pretende candidatar Mariana a Patrimônio Histórico da Humanidade da Unesco. O título, entende Duarte Júnior, ajudaria o município em sua reconstrução, incrementando o turismo e diversificando a economia da cidade.

O prefeito entende que é hora de reduzir a dependência econômica do município, que até agora tinha como maior fonte de recursos os impostos arrecadados a partir dos trabalhos de mineração da Samarco , responsável pela barragem que se rompeu, causando o maior desastre ambiental da história do Brasil, deixando 11 mortos e 8 pessoas desaparecidas.

"Mais de 80% da nossa arrecadação vem da mineração", lembrou o prefeito.

"Não sou contra a mineração, nem quero fechar a mineração", explicou. "Mas temos de entender que a mineração é um parceiro que em determinado momento vai terminar, porque é finito."

De acordo com o prefeito, chegou o momento de usar o desastre ambiental para projetar o futuro da cidade sem a mineração. "Temos de nos preparar para deixarmos de ser tão dependentes", alegou.

É isso que justifica sua presença em Paris, diz Duarte Júnior, já que uma reunião de executivos municipais coordenada pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, acontece nesta sexta, 4, na sede do governo da capital francesa.

Em entrevista à Radio France Internationale (RFI), o prefeito brasileiro elogiou a Samarco por sua atuação no passado, em projetos de tratamento de água e na construção de escolas, por exemplo.

Mas, segundo o prefeito, não se pode fechar os olhos a uma tragédia que poderia ter sido ainda mais devastadora.

"Quando se fala de vidas, não se pode errar. Se tivesse ocorrido à noite, teríamos perdido 600 pessoas", afirmou, referindo-se ao rompimento da barragem.

Embora não tenha nenhuma relação direta com mudanças climáticas, foco central das discussões da COP-21, em Paris, o desastre de Mariana foi um dos temas abordados pela presidente Dilma Rousseff em seu discurso na abertura da conferência, na última segunda-feira.

Veja também

Paris - Um mês depois da tragédia ambiental na cidade de Mariana , em Minas Gerais, o prefeito do município, Duarte Júnior (PPS), pediu nessa quinta, 3, em Paris , apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a outras entidades da comunidade internacional para que auxiliem na reconstrução da cidade e de sua imagem.

Discursando em um evento paralelo à 21ª Conferência do Clima ( COP-21 ) das Nações Unidas, Duarte Júnior prometeu ainda diversificar a economia da cidade, até aqui dependente da mineração.

O evento aconteceu na embaixada do Brasil em Paris, na véspera de um encontro de prefeitos de todo o mundo implicado no combate às mudanças climáticas.

O prefeito afirmou que pretende candidatar Mariana a Patrimônio Histórico da Humanidade da Unesco. O título, entende Duarte Júnior, ajudaria o município em sua reconstrução, incrementando o turismo e diversificando a economia da cidade.

O prefeito entende que é hora de reduzir a dependência econômica do município, que até agora tinha como maior fonte de recursos os impostos arrecadados a partir dos trabalhos de mineração da Samarco , responsável pela barragem que se rompeu, causando o maior desastre ambiental da história do Brasil, deixando 11 mortos e 8 pessoas desaparecidas.

"Mais de 80% da nossa arrecadação vem da mineração", lembrou o prefeito.

"Não sou contra a mineração, nem quero fechar a mineração", explicou. "Mas temos de entender que a mineração é um parceiro que em determinado momento vai terminar, porque é finito."

De acordo com o prefeito, chegou o momento de usar o desastre ambiental para projetar o futuro da cidade sem a mineração. "Temos de nos preparar para deixarmos de ser tão dependentes", alegou.

É isso que justifica sua presença em Paris, diz Duarte Júnior, já que uma reunião de executivos municipais coordenada pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, acontece nesta sexta, 4, na sede do governo da capital francesa.

Em entrevista à Radio France Internationale (RFI), o prefeito brasileiro elogiou a Samarco por sua atuação no passado, em projetos de tratamento de água e na construção de escolas, por exemplo.

Mas, segundo o prefeito, não se pode fechar os olhos a uma tragédia que poderia ter sido ainda mais devastadora.

"Quando se fala de vidas, não se pode errar. Se tivesse ocorrido à noite, teríamos perdido 600 pessoas", afirmou, referindo-se ao rompimento da barragem.

Embora não tenha nenhuma relação direta com mudanças climáticas, foco central das discussões da COP-21, em Paris, o desastre de Mariana foi um dos temas abordados pela presidente Dilma Rousseff em seu discurso na abertura da conferência, na última segunda-feira.

Acompanhe tudo sobre:ClimaCOP 21EmpresasEuropaFrançaMariana (MG)Meio ambienteMetrópoles globaisParis (França)PoluiçãoSamarco

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame