Em teste, remédio recupera pacientes contagiados com coronavírus
Medicamento está em teste, teve resultados positivos, mas o estudo não traz evidências conclusivas
Lucas Agrela
Publicado em 17 de abril de 2020 às 11h19.
Última atualização em 29 de abril de 2020 às 19h02.
O medicamento remdesivir , usado contra o ebola, está entre os mais estudados para combater os sintomas causados pelo novo coronavírus , assim como a cloroquina. Agora, um estudo feito pela Universidade de Chicago, e divulgado pelo site médico Stat , indica que o remdesivir ajuda na recuperação de pacientes que desenvolveram a doença covid-19.
O tratamento acelera a recuperação da febre e de sintomas respiratórios, o que fez com as pessoas que participaram do estudo fossem liberadas do hospital em menos de uma semana.
“A melhor notícia é que a maioria dos nossos pacientes já recebeu alta, o que é ótimo. Apenas dois pacientes morreram”, disse Kathleen Mullane, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Chicago que supervisiona os estudos de remdesivir. "A maioria dos nossos pacientes é grave e sai em seis dias, o que indica que a duração da terapia não precisa ser de dez dias. Temos muito poucos que duraram dez dias, talvez três”, afirmou.
A Universidade de Chicago, no entanto, ressalta que as descobertas do estudo, feito com 125 pessoas, não são definitivas e não devem ser adotadas para tirar conclusões.
Uma das principais limitações do estudo é que não houve um grupo de controle. Ou seja, o efeito do medicamento não foi confrontado com o de um segundo grupo que tomou um placebo.
O medicamento também já foi usado para combater a mers, síndrome respiratória aguda grave do Oriente Médio, um vírus que é parte dos coronavírus.
Em carta aberta à Gilead Sciences, empresa de biofarmacologia baseada na Califórnia, mais de 150 organizações sociais e ativistas do mundo todo pedem, desde o fim do mês de março, que a empresa abra mão de reivindicar direitos exclusivos sobre o medicamento remdesivir. A iniciativa da fundação Médicos Sem Fronteiras.
A Gilead pode reivindicar exclusividade de produção e marketing com base nas patentes que possui em mais de 70 países. Segundo a carta aberta, o monopólio coloca em risco a acessibilidade ao tratamento da covid-19 para milhões de pessoas em todo o mundo.
As últimas notícias da pandemia do novo coronavírus
- Mapa mostra como o Brasil e o mundo estão lidando com o novo coronavírus;
- Coronavírus pode ter novo sintoma raro;
- Melinda Gates estima quando teremos vacina contra coronavírus;
- Vacina contra coronavírus ficará pronta em setembro, estima especialista;
- Estudo liga coronavírus a novo problema de saúde;
- Estudo mostra sintoma inicial mais comum do contágio pelo coronavírus;
- As vítimas do coronavírus: qual é o perfil dos mortos no Brasil?;
- O novo coronavírus pode chegar à sua casa pela sola do sapato?;
- Pesquisadores descobrem como corpo humano combate o coronavírus;
- Estudo mostra que novo coronavírus não foi criado em laboratório;