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Uber aposta em entrega de comida para próxima onda de expansão

O crescimento do Uber Eats em tempos de isolamento motiva a aposta no serviço de entrega de produtos alimentícios Cornershop, ligado à startup americana

Entregador da Cornershop na Cidade do México,  3 de abril. (Photo by Bloomberg) (Bloomberg/Bloomberg)

Entregador da Cornershop na Cidade do México, 3 de abril. (Photo by Bloomberg) (Bloomberg/Bloomberg)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 15 de junho de 2020 às 14h21.

Última atualização em 15 de junho de 2020 às 16h04.

A entrega de produtos alimentícios é próxima fronteira da Uber Technologies, pelo menos na América Latina.

A Uber Eats, divisão do aplicativo de transportes, até agora tinha como foco a entrega de comida preparada em restaurantes. Consumidores presos em casa deram impulso ao negócio globalmente, que mostrou expansão de 52%, para US$ 4,68 bilhões no primeiro trimestre, segundo balanço mais recente da empresa.

A Uber quer aproveitar o desempenho positivo para crescer na América Latina, expandindo o serviço de entrega de produtos alimentícios Cornershop. A empresa fechou a compra de participação majoritária na startup chilena, acordo que foi aprovado no Chile e está sob revisão no México. Como as conversas com a Grubhub não foram em frente, a pressão aumenta sobre a Uber para encontrar uma nova fonte de crescimento.

“Entregar produtos alimentícios é nosso próximo passo”, disse Eduardo Donnelly, diretor da Uber Eats para a América Latina, em entrevista. Parte do que atraiu a Uber para a Cornershop é a tecnologia por trás do aplicativo, disse Donnelly. Isso inclui estoques atualizados de todas as lojas com as quais trabalha, além de um gigantesco banco de dados de usuários e seus padrões de consumo.

A Cornershop, a maior plataforma de entrega de produtos alimentícios do México e Chile, permite que usuários comprem mantimentos em lojas como Costco Wholesale, Petco e Walmart. Algumas lojas participantes adicionam uma taxa de entrega à conta dos clientes, enquanto outras aumentam o preço de cada produto.

Os termos do acordo não foram divulgados, e Donnelly não quis comentar. O Walmart já havia tentado comprar a Cornershop por US$ 225 milhões, mas autoridades mexicanas bloquearam a aquisição por razões antitruste.

A entrega de produtos alimentícios teve rápido crescimento após o surto de Covid-19. A Instacart, entre as líderes nesse tipo de serviço nos EUA, atingiu valuation de US$ 13,7 bilhões em uma rodada de financiamento na semana passada. Como comparação, o valor corresponde ao preço que a Amazon.com pagou pelo Whole Foods Market em 2017.

O acordo pode desempenhar papel significativo na estratégia da Uber de incluir serviços mais rentáveis além do aplicativo de transporte. No Brasil, muitas pessoas que só usavam o recurso de transporte da Uber começaram recentemente a acessar o Eats, disse Donnelly.

Desde que o acordo foi anunciado, a Cornershop começou a operar no Peru, Colômbia, Brasil, Canadá e nas cidades de Dallas e Miami, nos EUA.

O total de pedidos da Uber Eats na região dobrou em abril e maio, com mais pessoas em casa devido às quarentenas, disse Donnelly. O serviço também registrou salto de 75% do número de lojas que aderiram à plataforma, em meio ao impacto da queda do movimento com as medidas de isolamento social.

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