Luz mais intimista torna o salão principal mais elegante e reservado (Fasano/Divulgação)
Gabriel Aguiar
Publicado em 22 de setembro de 2022 às 10h25.
Última atualização em 22 de setembro de 2022 às 10h52.
Admito que, quando viajo a outros países, dificilmente me rendo a pratos que posso desfrutar no Brasil. Mas o Fasano é daqueles restaurantes que valem a pena e não só pela comida: há quem diga que o atendimento é a verdadeira assinatura do local — nem tão formal ao ponto de ser esnobe, mas atencioso o suficiente para se antecipar a qualquer pedido. Por isso, não é supresa que o endereço nos Estados Unidos faça tanto sucesso entre os turistas brasileiros.
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Logo de cara está a osteria, salão mais “descolado” e que remete (um pouco) às cantinas. Mas é só caminhar alguns passos por um corredor até chegar ao ambiente principal e que praticamente teletransporta o cliente ao pioneiro restaurante fundado por Gero Fasano no bairro paulistano dos Jardins, já que a identidade segue a linha das demais casas.
Toda decoração leva a marca de Isay Weinfeld, considerado um dos mais famosos arquitetos da atualidade e também responsável pelos hotéis do grupo em São Paulo, Fazenda Boa Vista (SP), Salvador, Trancoso (BA) e Punta de Este, no Uruguai. É por isso que há elementos em comum com a “versão americana”, como madeira, detalhes de couro e estilo modernista mais contemporâneo.
É interessante notar como o Fasano da 280 Park Avenue — endereço na região Midtown em Manhattan, perto da tradicional 5ª Avenida e de alguns dos principais edificios comerciais da cidade — consegue oferecer um clima intimista e acolhedor raramente visto em outros restaurantes da cidade. E parte desse mérito é da iluminação indireta e suave, que parece perfeita tanto para as reuniões de negócios. Também existe uma sala privè para até 26 convidados.
No menu nova-iorquino se destacam as receitas tradicionais, ainda que o chef italiano Nicola Fedeli dê toques autorais com maestria. É o caso da polenta taragna com funghi porcini (US$ 22) e do excelente tartar de atum com queijo stracciatella e limão (US$ 37). Para quem já visitou o Fasano em São Paulo, existem até algumas referências, como o l’uovo perfetto, espécie de ovo empanado servido com creme de batata, funghi e trufas negras (US$ 34).
Como prato principal, minha escolha foi o acertado spaghetti alla chitarra com camarões, limão e bottarga (US$ 45), que até poderia ter sido acompanhado pela ótima seleção de vinhos do sommelier Manoel Beato, mas, durante minha visita, aproveitei para degustar o Negroni (US$ 19), ainda que também houvesse drinks autorais e até mesmo caipirinhas entre as opções da carta. Como bom restaurante italiano — e bar —, não faltam vermutes e bitters.
Depois de longos meses de espera devido à pandemia, a inauguração do Fasano em Nova York se mostra uma aposta acertada, seja para o próprio grupo ou para a clientela nos EUA. Tanto que já está prevista a abertura de uma versão americana do Baretto, que deverá seguir do moldes que já existem em São Paulo, com direito a bons coquetéis e apresentações de jazz. Mas ainda não há data definida.