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Como o US Open se tornou referência para a valorização das mulheres no circuito do tênis

O campeonato de tênis disputado em Nova York foi o primeiro Grand Slam a pagar a mesma premiação para homens e mulheres, há 50 anos

Final do US Open de 2022 entre Carlos Alcaraz e Casper Ruud em 2022 (Tim Clayton/Corbis/Getty Images)
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 27 de agosto de 2023 às 09h31.

Última atualização em 27 de agosto de 2023 às 13h04.

O romeno Ilie Nastase recebeu 25.000 dólares pelo título da chave masculina do US Open de 1972. Já a vencedora do torneio feminino, a americana Billie Jean King, levou menos da metade: 10.000 dólares. Nada de espanto. A absoluta injustiça na diferença de tratamento entre homens e mulheres era regra naquela época.

Tudo mudaria no ano seguinte. King passou a exigir prêmios em dinheiro iguais para homens e mulheres. Ela conseguiu apoio de um patrocinador, o desodorante Ban, e o US Open se tornou então o primeiro torneio de tênis a igualar as premiações nas chaves feminina e masculina.

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A tenista americana ainda liderou a formação da Associação de Tênis Feminino (WTA) antes do campeonato de Wimbledon de 1973 e, naquele mesmo ano, venceu a icônica vitória sobre o americano Bobby Riggs, na partida que ficou conhecida como a Batalha dos Sexos, em setembro de 1973.

O US Open de 2023 vai distribuir 317 milhões de reais

O último dos quatro Grand Slams da temporada está prestes a começar. O aguardado US Open de 2023, que acontecerá nos Estados Unidos, entre 28 de agosto a 10 de setembro, no Centro Nacional de Tênis Billie Jean King, na cidade de Nova York, promoverá maus uma vez o confronto dos principais nomes do tênis mundial.

Entre as principais novidades, a premiação se destaca pelo valor recorde deste ano, além da 50ª edição de pagamentos igualitários. Com um montante de 65 milhões de dólares (317,4 milhões de reais) em prêmios e auxílios aos atletas, as bonificações ultrapassarão os valores oferecidos em Wimbledon (280,7 milhões de reais), Roland Garros (263 milhões de reais) e Australia Open (258 milhões de reais).

Além dos benefícios em casos de classificações, os jogadores serão recompensados com vouchers de viagem e melhorias em acomodações e alimentação. Também pela primeira vez o torneio pagará um segundo quarto para os tenistas acomodarem as equipes de apoio – as acomodações próprias já são previstas.

Trata-se de um incremento de 8% na premiação total, em comparação com o US Open do ano passado. Conforme divulgado pelo site oficial do torneio, os ajustes têm como objetivo proporcionar uma experiência mais enriquecedora e vantajosa para os competidores.

US$ 3 milhões para o campeão e para a campeã

“A elevação dos prêmios no US Open reflete não apenas o prestígio e a crescente do torneio no cenário global, mas também uma estratégia eficaz para atrair os melhores talentos do tênis mundial”, diz Rogério Neves, CEO da Motbot, primeira startup brasileira de crowdfunding esportivo.

“A competição de alta performance nos quatro Grand Slams exige constantes melhorias em diversos aspectos, incluindo a premiação oferecida aos atletas. Com essa iniciativa, a organização reforça seu compromisso com os jogadores, valoriza seus esforços e contribui para a construção de uma competição cada vez mais competitiva e atrativa para o público”, afirma Neves

Tanto o campeão da chave masculina quanto o vencedor do torneio feminino receberão 3 milhões de dólares (14,5 milhões de reais) cada. Os campeões das duplas levam 700.000 dólares (3,3 milhões de reais) e as duplas mistas, 170.000 dólares (825 milhões de reais).

As chances da brasileira Bia Haddad

"É interessante ver esta valorização do tênis a nível mundial. Na parte de infraestrutura esportiva, o Brasil tem todas as condições de oferecer quadras de altíssima qualidade para potencializar ainda mais o rendimento esportivo dos nossos atletas”, Victor Schildt, diretor da Recoma, empresa responsável pela execução de quadras de tênis na USP e no Palmeiras, em São Paulo.

Entre os atletas destaques que competirão estão Novak Djokovic, Carlos Alcaraz, Daniil Medvedev, Iga Swiatek, Aryna Sabalenka e Elena Rybakina. A brasileira Beatriz Haddad Maia se recuperou da lesão sofrida em Wimbledon, jogou os torneios preparatórios para o US Open e confirmou a participação no Grand Slam de Nova York. Bia disputará a primeira partida contra a americana Sloane Stephens, prevista para 13h15 da segunda-feira 28.

“A participação da Bia em torneios de enorme expressão, como o US Open, não só ajuda a carreira dela, mas também toda a modalidade em território nacional. O interesse dos fãs brasileiros pelo tênis aumenta, as interações e conteúdos nas redes crescem, e jovens praticantes ganham referência”, afirma Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports, agência de marketing esportivo.

Quem são os favoritos no US Open de 2023

De acordo com as principais plataformas de apostas esportivas, como Esportes da Sorte, Galera.bet, Casa de Apostas, PlayGreen e Onabet, o tenista Novak Djokovic, que já conquistou dois dos quatro Grand Slam em disputa neste ano, é o favorito a vencer o US Open 2023.

O espanhol Carlos Alcaraz venceu Djoko este ano em Wimbledon, mas perdeu para o sérvio do Masters 1000 de Cincinatti, em uma partida eletrizante, com match points salvos dos dois lados. A rivalidade entre os dois jogadores só tem crescido, assim como o equilíbrio no favoritismo dos principais torneios.

"A derrota de Djokovic para Carlos Alcaraz em Wimbledon trouxe uma reviravolta interessante para o cenário do US Open. A rivalidade entre esses dois jogadores ganhou uma nova dimensão, e agora vemos um equilíbrio maior nas expectativas de título”, diz Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

No circuito feminino, segundo a Odds & Scouts, uma das maiores geradoras de dados para eventos esportivos do mundo, a situação é mais clara, com a atual campeã, Iga Swiatek, sendo apontada como a grande favorita. Já a brasileira Bia Haddad surge em 12º no ranking de apostas, uma força a ser considerada.

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