A 170 quilômetros de Porto Alegre, os pampas de Encruzilhada do Sul (RS) já foram cenário de pasto para a pecuária. Mas, desde 2000, dos 254 hectares, mais de 120 hectares são cobertos por parreiras da Chandon. Neste cenário está o maior cultivo de uvas Pinot Noirs do país, mas também são plantadas por lá uvas Chardonnay, Riesling Itálico e Moscato, que após duas décadas na região, passam por novos experimentos da marca.

Em um cenário idílico, com a neblina se alongando para desaparecer com o nascer do sol, a marca apresentou seu recente rótulo: Névoa das Encantadas.

A névoa que aparece nos vinhedos também está na bebida, que apresenta turbidez devido a não filtragem das leveduras. Basta agitar levemente a garrafa para que os sedimentos se misturem ao líquido. Também é possível servir a bebida de forma habitual, sem que as leveduras se incorporem ao líquido.

Com apenas 2.800 garrafas disponíveis, o espumante natural, é 100% Chardonnay em parcela única. Também não há intervenções como o uso de açúcar e de aditivos, apenas leveduras selecionadas para a fermentação.

Outro destaque para o espumante é o tratamento feito nos vinhedos, sem uso de herbicidas, ainda que os produtos não tenham certificado de orgânicos. Já “Encantadas” se refere à Serra das Encantadas, no sudoeste do estado, onde a presença de granito cor-de-rosa encantava os visitantes, como explica Philippe Mével, enólogo da Chandon.

“Não se trará de um Chandon clássico. Há uma história que precisa ser contada por um sommelier, com sugestões de consumo”, diz Mével sobre o produto com notas de pera, pêssego, abacaxi e uvas maduras.

O produto pertencente à linha Roots, será vendido a partir do dia 15, e é considerado premium no portfólio da marca, com valor 60% acima em relação aos demais do portfólio. A comercialização será feita na adega da Chandon em Garibaldi, no e-commerce e em confrarias, por R$ 160.

A vinícola de Encruzilhada do Sul tem condições climáticas que favorecem a acidez das uvas, essencial para a fabricação de espumantes. A cidade é uma das seis da Chandon espalhadas pelo mundo, as outras estão na Argentina, Estados Unidos, Austrália, China e Índia.

Sustentabilidade nos vinhedos

Em 2020, as boas práticas de viticultura sustentável fizeram com que a Chandon conquistasse a certificação PIUP (Produção Integrada de Uva para Processamento) do vinhedo próprio de Encruzilhada do Sul. Essa certificação foi renovada em 2021 e neste ano, e se estendeu à adega em Garibaldi.

A marca pertencente ao grupo LVMH também busca outras ações de conservação da fauna e flora local, como as iniciativas Living Soils and Living Together, em que cerca de 25%  da área do vinhedo, que corresponde aos bosques nativos e às zonas úmidas são preservados para manter e fomentar a fauna e flora local com as atividades.

No entorno dos vinhedos já foram registradas 150 espécies da flora e outras 200 espécies da fauna durante o levantamento da biodiversidade.

Além disto, em parceria com a Embrapa e a SEMA (Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul), a Chandon desenvolveu um projeto de conservação de uma espécie de palmeira ameaçada de extinção: o Butia odorata. Esta iniciativa consiste em resgatar mudas juvenis em áreas de florestamento e transplantá-las em Áreas de Preservação Permanente do bioma Pampa. O projeto prevê a plantação de 3000 butiazeiros até 2024.

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