Mesmo sendo um dos maiores dramaturgos do Brasil, Nelson Rodrigues considerava toda unanimidade como "burra" (Chico Nelson/Veja)
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2012 às 12h44.
São Paulo – A 22ª Bienal Internacional do Livro será aberta na manhã de hoje (9) com 37% mais expositores, somando 480, em relação à edição anterior (350). O aumento foi impulsionado principalmente pela maior presença de editoras internacionais.
Serão 137 expositores estrangeiros contra 67 no ano passado, crescimento de 100%. Alemanha, Suíça, França, Espanha, Bélgica, China, Coreia, Japão, Colômbia, Peru e Canadá serão alguns dos países presentes. A participação das editoras nacionais também aumentou, de 283 para 346, salto de 22%.
Promovida pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), espera-se também público maior na edição deste ano. A previsão é que 800 mil pessoas visitem a feira, ante 743 mil no ano passado, segundo os organizadores. Outra expectativa é quanto à venda de livros. Em 2011, as vendas de livros cresceram 7,2% no Brasil, na comparação com 2010, segundo pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe). Pelos números da Fipe, no ano passado, os brasileiros compraram cerca de 470 milhões de livros, um recorde de vendas para o setor.
De acordo Mansur Bassit, diretor executivo da CBL, a produção e a venda do mercado editorial estão bastante aquecidas, em função, principalmente, das compras do governo por meio do Plano Nacional do Livro Didático.
A queda do preço do exemplar também contribuiu para a alta das vendas. No acumulado de 2004 a 2011, houve redução real de 44,9% (média), conforme a CBL. Em 2010, o preço médio do livro era R$ 12,94 e, em 2011, caiu para R$ 12,15.
Na bienal, os livros digitais também vão marcar presença. Segundo Mansur Bassit, os títulos nesse formato são cada vez mais procurados na feira e convivem em harmonia com o livro de papel. “Ele [formato digital] tem muito para expandir em um país com tanta demanda. E veio para ficar junto com o livro impresso”, disse. Em 2011, 5,2 mil títulos digitais foram lançados, conforme o levantamento da Fipe. Isso representa 9% do total de livros lançados no ano passado, que foram aproximadamente 58 mil.
Com o tema Livros Transformam o Mundo, Livros Transformam Pessoas, a edição deste ano terá três curadores principais: Antonio Carlos de Moraes Sartini, diretor executivo do Museu da Língua Portuguesa, e os jornalistas Paulo Markun e Zeca Camargo.
Entre os autores homenageados estão Jorge Amado e Nelson Rodrigues, que completariam cem anos este ano. Outra homenageada é A Semana de Arte Moderna de 1922, que inaugurou o movimento modernista brasileiro, encabeçado por Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos, Tácito de Almeida e Di Cavalcanti.
No primeiro dia, está previsto debate sobre a Lei das Biografias, com base no Projeto de Lei 393/2011, de autoria do deputado Newton Lima (PT-SP), que estará presente. Além dele, participam do encontro o relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Alessandro Molon (PT-RJ) e o escritor Paulo Cesar Araújo, autor da biografia não-autorizada do cantor Roberto Carlos, cuja venda foi proibida.
A bienal vai até o dia 18 de agosto no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na zona norte da capital paulista. O horário de visitação é das 10h às 22h. No dia 19, a feira vai funcionar das 10h às 20h, com entrada até as 18h. Os ingressos custam R$12 (inteira) e R$ 6 (meia-entrada).
Professores, profissionais da cadeia produtiva do livro, bibliotecários, estudantes inscritos pelo sistema de visitação escolar programada, maiores de 60 anos e crianças com até 12 anos têm direito a entrada gratuita, mediante a apresentação de documento.