Michele Robert: "Brasil forma mais engenheiras que engenheiros, avançou”
CEO da Gerdau Summit desde novembro passado, a executiva é a segunda entrevistada da série de vídeos da coluna Nosso Olhar, comandada por Yasmine McDougall Sterea, CEO do Free Free
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2021 às 13h34.
Última atualização em 19 de março de 2021 às 21h46.
Desde novembro, quem ocupa o cargo de CEO da Gerdau Summit é a engenheira Michele Robert, de 43 anos. Trata-se de uma joint venture voltada ao fornecimento de peças para a geração de energia eólica, administrada em conjunto pelas japonesas Sumitomo Corporation e Japan Steel Works (JSW). Michele é a primeira a exercer o cargo na história da companhia e comanda cerca de 700 pessoas, 90% delas do sexo masculino.
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Assista a entrevista completa:
A executiva foi a segunda entrevistada da série de vídeos da coluna Nosso Olhar, comandada por Yasmine McDougall Sterea, CEO do Free Free. Quinzenal, a novidade estreou pouco antes do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, com a participação de Juliana Azevedo, CEO da P&G. “É uma série focada em liderança feminina e equidade de gênero”, explica Yasmine. “Propõe uma mudança social tanto para homens quanto mulheres”.
Mãe de duas filhas, Michele trabalhou por 18 anos na General Eletric (GE) e já morou em Buenos Aires, onde iniciou um curso universitário de Engenharia Mecânica no Instituto Tecnológico, finalizado nos Estados Unidos. Possui mestrado em Supply Chain pela universidade de Michigan e atuou também na Motorola e na Sterycicle, da qual era CEO até mudar para a Gerdau Summit. No novo cargo, sua principal meta é diversificar a atuação da companhia em outros setores, como mineração e o de açúcar e álcool.
“Como foi a experiência de estudar fora do Brasil?”, pergunta Yasmine no início da conversa. “Estar onde estou tem mais a ver com competência, minha experiência de vida, a curiosidade e a humildade de querer saber do que com estudar e morar fora”, responde a entrevistada. “Com muito foco e determinação todo mundo chega aonde quer chegar”.
Sobre as dificuldades de crescer numa profissão historicamente mais associada aos homens, disse o seguinte: “Comecei na Argentina, numa escola militar, mas a transferência para os Estados Unidos abriu a minha cabeça. O país estava muito mais à frente nas questões de gênero e isso há mais de vinte anos”. E como anda o Brasil nesse quesito? “Com base nos dados das universidades, o país já forma mais engenheiras que engenheiros. Embora ainda haja muito a ser feito para diminuir as desigualdades, já avançou”.