Copa: o próximo jogo da seleção feminina será na próxima terça-feira, contra a Itália, às 16 horas (Jean-Paul Pelissier/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de junho de 2019 às 15h50.
Última atualização em 13 de junho de 2019 às 15h56.
São Paulo — Depois de ficar fora da estreia diante da Jamaica, pois ainda estava em fase final de recuperação de uma lesão muscular na coxa esquerda sofrida em 24 de maio, Marta fez o seu primeiro jogo no Mundial Feminino da França nesta quinta-feira. A melhor jogadora do mundo correspondeu ao retornar com um gol de pênalti e o Brasil chegou a abrir 2 a 0 com Cristiane, mas o time nacional acabou sendo derrotado de virada pela Austrália, por 3 a 2, em Montpellier, pela segunda rodada do Grupo C da competição.
Com escalação confirmada apenas nesta quinta pelo técnico Vadão, Marta formou dupla de ataque com Cristiane e fez a seleção entrar em campo mais confiante na conquista de um novo bom resultado, depois de ter aberto campanha com vitória por 3 a 0 sobre as jamaicanas, no último domingo. Porém, sofreu o seu primeiro gol diante das australianas no final do primeiro tempo e depois viu as adversárias marcarem mais dois no segundo, período no qual o time brasileiro atuou sem Formiga e Marta. A primeira já tinha cartão amarelo e foi sacada para a entrada de Luana. Já a atacante, ainda fora das condições físicas ideais, foi substituída por Luana.
Apesar da derrota, o Brasil se manteve de forma provisória na liderança do Grupo C do Mundial, cuja segunda rodada será fechada nesta sexta-feira com o duelo entre Itália e Jamaica, às 13 horas (de Brasília), em Reims. Vice-líderes da chave por terem superado as australianas por 2 a 1 na estreia, as italianas também estão com três pontos, enquanto a seleção da Oceania, com a mesma pontuação, ocupa o terceiro lugar, enquanto as jamaicanas, na lanterna, buscarão os seus primeiros pontos nesta sexta.
As brasileiras fecharão campanha na primeira fase da competição na próxima terça-feira, contra a Itália, às 16 horas (de Brasília), em Valenciennes. No mesmo dia e horário, Austrália e Jamaica se enfrentarão em Grenoble. Pelo regulamento, avançam às oitavas de final os duas primeiras seleções de cada grupo e as três melhores terceiras colocadas.
Com Marta em campo, o Brasil tentou buscar o ataque no início da partida e logo no primeiro minuto viu a lateral Tamires investir ofensivamente pela esquerda e cruzar para a goleira Willians levar um susto inicial, mas agarrar a bola sem dar rebote.
Depois disso, a Austrália começou a mostrar maior volume de jogo e a aparecer com mais frequência no ataque, enquanto Marta, bem marcada, vinha tendo atuação apagada. Em raro ataque do Brasil, Debinha não conseguiu alcançar bom lançamento de Andressa Alves e desperdiçou uma boa oportunidade de abrir o placar.
Mais perigosas, as australianas reclamaram da não marcação de um pênalti aos 19 minutos, quando Yallop invadiu a área pela esquerda, foi tocada por Thaísa e caiu. A árbitra preferiu não dar a penalidade e manteve a sua decisão mesmo após consultar o VAR (arbitragem de vídeo), que depois explicou que, antes de Yallop ser derrubada, ela tocou com a mão na bola ao roubar a bola de Kethellen.
E o Brasil acabou achando o seu primeiro gol justamente por meio de uma penalidade. Aos 25 minutos, Tamires cruzou e Letícia Santos foi puxada pela camisa por Knignt. Marta foi para a bola, aos 26, e bateu com tranquilidade no canto direito de Willians, quecaiu para o lado esquerdo.
Ao balançar as redes, Marta fez história ao se tornar a primeira jogadora a marcar gols em cinco Mundiais diferentes. Ela agora contabiliza 16 na história das Copas, igualando o mesmo número alcançado pelo alemão Klose, maior artilheiro dos Mundiais realizado entre os homens.
Empolgado com o gol, o Brasil foi para cima da Austrália e marcou o segundo aos 37 minutos. Tamires deu belo drible ao colocar a bola entre as pernas de Gielnik e toca na esquerda para Debinha, que foi até a linha de fundo e cruzou para Cristiane, que se antecipou a uma defensora e cabeceou no canto esquerdo baixo de Willians.
O que parecia se desenhar como uma nova vitória das brasileiras, porém, começou a mudar nos acréscimos da etapa inicial, aos 46, quando Mônica não conseguiu cortar um cruzamento de cabeça e Foord recebeu na pequena área para completar para as redes.
O Brasil voltou para o segundo tempo enfraquecido com as saídas de Marta e Formiga, mas quase ampliou para 3 a 1 em finalização de Debinha, que viu a bola passou perto da trave australiana depois de dar um belo drible em uma marcadora.
A Austrália, porém, chegou ao empate aos 12 minutos, quando foi ajudada por uma falha de Bárbara. A lateral Logarzo cruzou a bola, que passou pela defesa brasileira e entrou direto no canto da goleira brasileira, que caiu atrasada para fazer a defesa.
E a Austrália seguia melhor no jogo e acabou virando o confronto aos 21 minutos por meio de um lance polêmico. Após lançamento para a grande área, Mônica tentou fazer o corte, mas cabeceou para trás a bola no canto direito baixo da goleira Bárbara. Envolvida no mesmo lance, Kerr subiu junto com a defensora brasileira para atingir a bola enquanto estava em posição de impedimento. Entretanto, mesmo depois de rever o lance com o VAR, a juíza validou o gol australiano.
O Brasil sofria no jogo e viu o seu ataque enfraquecer ainda mais com a saída de Cristiane, aos 29 minutos. Com dores, ela saiu para entrada de Bia Zaneratto. E as australianas continuaram muito mais perto de fazer o quarto gol do que as brasileiras de empatarem o duelo. Nos acréscimos do tempo normal, porém, a árbitra do jogo acabou prejudicando o time de Vadão ao não assinalar um pênalti sofrido por Andressa. E deixou de marcá-lo mesmo após auxiliar o VAR para rever a jogada.
Desta forma, o Brasil também sofreu a sua segunda derrota seguida para a Austrália em um Mundial, pois foi eliminado pela rival ao cair por 1 a 0 nas oitavas de final da edição passada da competição, em 2015, no Canadá.