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Má conservação ameaça fechar Museu do Ipiranga

Os 122 anos de idade e a falta de conservação deixaram em más condições o prédio de um dos mais visitados cartões-postais de São Paulo


	Museu do Ipiranga em São Paulo: o projeto de recuperação já foi traçado e vem sendo estudado por profissionais da Universidade de São Paulo (USP)
 (Wikimedia Commons/Reprodução)

Museu do Ipiranga em São Paulo: o projeto de recuperação já foi traçado e vem sendo estudado por profissionais da Universidade de São Paulo (USP) (Wikimedia Commons/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2012 às 09h49.

São Paulo - As toneladas de 150 mil itens do acervo, as intempéries, os 122 anos de idade e a falta de conservação deixaram em más condições o prédio do Museu Paulista - mais conhecido como Museu do Ipiranga -, um dos mais visitados cartões-postais de São Paulo. Pedaços de reboco da fachada estão caindo e o forro de um dos principais salões cedeu 10 centímetros, determinando sua interdição.

A esses problemas soma-se uma outra questão fundamental: o prédio, que recebe 300 mil visitantes por ano, não segue normas de acessibilidade a deficientes físicos.

Um plano de recuperação do museu será executado ao longo do próximo ano e, durante as obras, a diretora Sheila Walbe Ornstein não descarta o fechamento parcial ou total da instituição. "Quando formos recuperar os salões que tiveram problemas no forro, precisaremos esvaziar essas salas cheias de mobília. Provavelmente teremos de acondicionar esse acervo no nosso salão nobre, restringindo ali o acesso", afirma. "Durante as obras no subsolo, ficaremos sem banheiro para visitantes. Há uma situação de fechamento", avisa.

O projeto de recuperação já foi traçado e vem sendo estudado por profissionais da Universidade de São Paulo (USP) - instituição que administra o museu - e por conselheiros dos três órgãos de proteção do patrimônio que tombaram o edifício - o Iphan, o Condephaat e o Conpresp. A próxima reunião está agendada para o dia 30.


Defeitos

Boa parte dos problemas é perceptível aos visitantes mais atentos. Trincas e rachaduras são visíveis nos cômodos internos. Do lado de fora, correntes de proteção impedem que as pessoas se aproximem da fachada por segurança, uma vez que pedaços do reboco podem cair. A tinta usada na última pintura, em 1990, foi inadequada. "Por ser de látex, criou uma camada sintética. Com as falhas, acumula água da chuva e os tijolos se desmancham", diz Sheila.

A primeira etapa, emergencial, deve ser iniciada em 20 dias. O subsolo, hoje em parte ocupado pelo setor administrativo, será esvaziado e passará por obras para receber os itens mais pesados da reserva técnica. Carruagens e mobiliário de madeira maciça e materiais metálicos sairão dos andares superiores, aliviando a estrutura do prédio.

No próximo ano, o museu deve tornar-se acessível, com adaptações em rampas, banheiros e catracas. No orçamento que tem em mãos, de R$ 21 milhões, a diretora contempla a modernização da segurança e da parte elétrica e a recuperação das fachadas. Para custear as obras, ela diz acreditar também na ajuda da iniciativa privada. "A sociedade precisa se mobilizar e nos ajudar a conseguir esses recursos", pede Sheila. 

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