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Jogadores negros da Inglaterra enfrentam ofensas raciais após derrota

Marcus Rashford, 23 anos, Jadon Sancho, 21 anos, e Bukayo Saka, 19 anos, foram alvos de ofensas virtuais racistas depois de fracassarem na cobrança de pênaltis contra a Itália na final da Eurocopa 2020

Bukayo Saka é consolado por colegas de time após derrota da Inglaterra para a Itália na final da Eurocopa em Wembley
11/07/2021 Pool via REUTERS/ (Carl Recine/Reuters)

Bukayo Saka é consolado por colegas de time após derrota da Inglaterra para a Itália na final da Eurocopa em Wembley 11/07/2021 Pool via REUTERS/ (Carl Recine/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de julho de 2021 às 12h15.

Jogadores negros da seleção da Inglaterra foram submetidos a uma enxurrada de ofensas racistas online após a derrota na final da Eurocopa 2020, atraindo ampla condenação do técnico da equipe, Gareth Southgate, além de políticos e a realeza britânica.

Marcus Rashford, 23 anos, Jadon Sancho, 21 anos, e Bukayo Saka, 19 anos, foram alvos de ofensas virtuais "repugnantes" depois de fracassarem na cobrança de pênaltis contra a Itália, que decidiu a final de domingo empatada em 1 x 1 após a prorrogação.

Os comentários levaram a uma investigação policial e condenações generalizadas, embora os críticos acusem alguns ministros de hipocrisia por se recusarem a apoiar a postura anti-racista que os jogadores tiveram durante o torneio.

"Para alguns deles, a ofensa é imperdoável", disse Southgate em coletiva de imprensa. "Parte disso veio do exterior, nos disseram isso, mas parte é deste país."

A seleção da Inglaterra foi elogiada por sua postura contra o racismo, enquanto vários jogadores também fizeram campanha por outras causas sociais. A composição multirracial do time foi aclamada como refletindo um Reino Unido moderno mais diversificado.

A seleção inglesa ressaltou a questão do racismo ao longo do torneio, ajoelhando-se antes de todas as partidas --um protesto feito pelo jogador de futebol norte-americano Colin Kaepernick e seguido pelo movimento Black Lives Matter no ano passado-- dizendo que era uma simples demonstração de solidariedade contra a discriminação racial.

Entretanto, alguns torcedores vaiaram o gesto, que críticos veem como uma politização indesejada do esporte e uma expressão de simpatia por políticas de esquerda.

Alguns ministros são acusados de hipocrisia por terem se recusado a criticar aqueles que vaiaram no começo do torneio e agora condenarem as ofensas racistas.

"Este time da Inglaterra merece ser elogiado como heróis, não ofendido racialmente nas redes sociais", disse o primeiro-ministro Boris Johnson no Twitter. "Os responsáveis ​​por este abuso terrível deveriam ter vergonha de si mesmos."

Embora o próprio Johnson tenha dito que o time não deveria ser vaiado, seu próprio porta-voz inicialmente se recusou a criticar os torcedores sobre o assunto quando questionado no mês passado.

A ministra do Interior, Priti Patel, também disse que não apoiava jogadores que se ajoelhavam porque era uma "política de gestos" e que era uma escolha dos torcedores vaiarem os jogadores. Nesta segunda-feira, ela se juntou aos que repudiaram o abuso racista.

O príncipe William, que é presidente da Associação de Futebol, disse estar "enojado".

"É totalmente inaceitável que jogadores tenham que suportar este comportamento abominável", tuitou o neto da rainha Elizabeth. "Isto precisa parar agora, e todos os envolvidos deveriam ser responsabilizados."

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