Glória, paixão e morte de Maradona ressurgem na TV
A série é uma superprodução exibida pela Amazon Prime Video que estreou na televisão aberta argentina com recorde de audiência
AFP
Publicado em 29 de outubro de 2021 às 16h19.
A vida de filme do ídolo do esporte Diego Maradona, entre o céu e o inferno, entre a glória e a morte, é refletida na série 'Maradona: Conquista de um Sonho', uma produção da Amazon que estreou na Argentina e está disponível nesta sexta-feira (29) em todo o mundo em sua plataforma de streaming.
O primeiro dos dez episódios, com o título 'Promessa', conta histórias do icônico ex-capitão da Albiceleste campeã mundial no México-1986, com seus dramáticos contrastes, às vésperas das homenagens pelo seu aniversário em 30 de outubro de 1960 e há quase um ano de sua morte, em 25 de novembro de 2020.
Em uma montagem paralela, pode-se ver na ficção o menino prodígio que aos nove anos contava para uma câmera seu sonho de ser campeão mundial e o jogador de futebol aposentado que aos 40, devido aos vícios, sofre seu primeiro ataque cardiorrespiratório que o deixa à beira da morte no balneário uruguaio de Punta del Este.
A série é uma superprodução da BTF Media, associada à Dhana Media e Latin We, exibida pela Amazon Prime Video e que estreou no canal 9 da televisão aberta argentina, com um máximo de audiência de 8,8 pontos, atrás apenas de um programa com 14,1 pontos do líder televisivo local Telefé, segundo o Real Time Rating.
"Entendê-lo é entender o contexto político, social e econômico em que viveu", comentou com a AFP o ator Juan Palomino, que interpreta o Maradona adulto, cuja fama crescia quase na mesma medida em que se afogava no álcool e nas drogas, com uma vida sentimental turbulenta.
O contexto citado por Palomino refere-se ao seu nascimento em uma favela e à repressão da ditadura (1976-83), inclusive com uma cena na qual o jovem Maradona está a prestes a ser preso como suspeito em um posto de controle militar.
"Maradona: Conquista de um Sonho" mergulha na política, ao refletir a identidade peronista (governante atualmente) de Maradona, que não o impediu de admirar líderes de esquerda como Che Guevara, Fidel Castro e Hugo Chávez.
Apesar do tom épico da série, há uma tentativa de se aprofundar na intimidade, às vezes sombria, do ex-jogador, sem esquecer suas paixões mais puras e amores vulcânicos.
"Viveu essa solidão profunda, a qual não se desejava a ninguém. Me parece que essa é a chave", disse Palomino, na festa de apresentação no estádio de Argentinos Juniors, onde Maradona estreou com apenas 15 anos.
"Sou re-maradoniano (fã), amo Diego. Me levantava às seis da manhã para vê-lo no juvenil (campeão mundial sub-20 no Japão-1979)", afirma Jean Pierre Noher, que interpreta o segundo advogado e representante de Maradona, Guillermo Cóppola.
A imprensa argentina afirma que a produção contou com a autorização de Maradona e o questionamento de Villafañe, mãe de suas duas primeiras filhas, Dalma e Gianinna.
Toda a família do ídolo está imersa em disputas judiciais. Uma delas é a investigação pela suposta negligência médica na morte de seu pai há quase um ano e a outra pelos direitos do uso da marca Maradona.
A lenda não descansa em paz, mas revive nas telas.
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