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Desfile em Nova York terá como tema movimento #MeToo

Concebido por Myriam Chalek, as modelos compartilharão suas histórias de assédio na passarela

#MeToo: "Não acho que este desfile mudará as coisas da noite para o dia, mas se puder ser um passo adiante acho que fiz minha parte", disse a estilista responsável (Lucy Nicholson/Reuters)

#MeToo: "Não acho que este desfile mudará as coisas da noite para o dia, mas se puder ser um passo adiante acho que fiz minha parte", disse a estilista responsável (Lucy Nicholson/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 16h20.

Nova York - Inspirado por uma campanha em redes sociais que visa expor as agressões e assédios sexuais na vida norte-americana, um desfile de moda a ser realizado nesta sexta-feira em Nova York terá a temática #MeToo e contará com modelos que compartilharão suas histórias na passarela.

O Desfile #MeToo, que acontece durante a Semana de Moda de Nova York, foi concebido por Myriam Chalek, diretora de criação da American Wardrobe, que quis usar sua grife como uma plataforma para beneficiar as mulheres.

"Não acho que este desfile mudará as coisas da noite para o dia, mas se puder ser um passo adiante acho que fiz minha parte. Uma mulher que foi empoderada é uma mulher que ninguém segura", afirmou Myriam à Reuters em uma entrevista.

Embora a apresentação vá exibir peças da American Wardrobe, Myriam disse que o evento não tem fins lucrativos. As modelos são vítimas ou sobreviventes de agressões ou assédios sexuais que contarão suas vivências na passarela, disse.

Entre elas estará Alicia Kozakiewicz, que foi sequestrada em 2002 perto de sua casa em Pittsburgh, no Estado norte-americano da Pensilvânia, por um homem que a havia cortejado pela internet, um caso que rendeu manchetes internacionais por ter sido um dos primeiros do tipo na era digital.

Para ressaltar os abusos na indústria da moda, a modelo Cameron Russell passou os últimos quatro meses publicando histórias anônimas em sua página de Instagram nas quais colegas contam suas experiências de agressão sexual.

Desde outubro, centenas de mulheres acusaram homens poderosos dos negócios, da política e do entretenimento de abuso sexual e se uniram ao movimento das redes sociais #EuTambém, que chamou atenção para a má conduta sexual nos Estados Unidos.

No mundo da moda, as alegações de abuso sexual também partiram de homens.

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