Coronavírus esvazia passarelas e gera impacto no mundo da moda
Crise da covid-19 fez com que organizações responsáveis pela Semana de Moda Masculina e pela Semana de Alta-Costura adiassem seus eventos
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de abril de 2020 às 11h00.
Com a crise de saúde mundial do novo coronavírus , que atingiu em grande escala as maiores capitais da moda mundial, como Milão, Paris, Nova York e Londres, as organizações responsáveis pela Semana de Moda Masculina e pela Semana de Alta-Costura não tiveram escolha a não ser cancelar ou adiar os eventos.
Na sexta-feira, dia 27, o conselho de diretores da Fédération de la Haute Couture et de La Mode, organização responsável pelas Semanas de Moda Masculina e de Alta-Costura de Paris, que estavam programadas para acontecer de 23 a 28 de junho e de 5 a 9 de julho, respectivamente, divulgou nota cancelando os eventos.
Em ação similar, o Conselho de Moda Britânico também optou por suspender o evento de moda masculina de Londres, que estava marcado para o período entre 13 e 15 de junho.
Grandes esforços. Na Itália, a situação é mais grave. Além de ser um dos países mais atingidos pelo novo coronavírus até agora também tem a moda como um dos principais pilares de sua economia. Nos últimos anos, chegou a exportar 52 bilhões de euros em bens, de acordo com relatórios da Câmara Nacional de Moda Italiana. Para contornar a situação trazida pela pandemia, a Câmara adiou a Semana de Moda Masculina e agora busca novas formas de apresentar as coleções para dar continuidade ao calendário.
"Estamos cientes de que serão feitos grandes esforços para que as novas coleções estejam prontas até junho para iniciar uma campanha inovadora de vendas", anunciou o representante italiano em comunicado.
Outro grande evento do segmento na Itália que também teve alteração em sua programação foi a trade fair Pitti Uomo, voltada para o varejo, que reuniu em sua última edição em torno de 21.400 compradores de moda para conhecer os produtos de 1.200 marcas expositoras. O evento, que acontece em Florença, estava marcado para junho e foi adiado para o período de 2 a 4 de setembro. "Setembro pode ser o momento de acender a faísca de uma grande recuperação econômica e cultural em todo o país", declarou Dario Nardella, prefeito de Florença.