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Como é a vida dos turistas em uma América Latina de fronteiras fechadas

Eles também encontram os aeroportos fechados, acabando com as chances de voltar para casa ao menos por enquanto

Turismo: área deve ser uma das mais impactadas pela pandemia do novo coronavírus (AFP/AFP)

Turismo: área deve ser uma das mais impactadas pela pandemia do novo coronavírus (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 18 de março de 2020 às 15h23.

Um enorme cadeado bloqueia o portão do aeroporto de Lima, um dos principais terminais aéreos da América Latina, guardado por soldados equipados com máscaras cirúrgicas e rifles de assalto.

Desde segunda-feira às 23h59min, todos os voos internacionais e nacionais foram suspensos no Peru. O país fechou todas as suas fronteiras por 15 dias, na tentativa de conter a propagação do novo coronavírus.

Kenza está atualmente em Cuzco e planejava visitar o famoso Machu Picchu, mas o presidente peruano declarou estado de emergência e o confinamento da população por duas semanas.

“Na embaixada francesa em Lima, fomos instruídos a resolver nossos problemas com paciência. Aqui (em Cuzco), podemos fazer compras, mas o resto do tempo não devemos deixar o hotel. Estamos um pouco perdidos. O mais difícil é que não se sabe o que vai acontecer”.

Na Colômbia, seis viajantes franceses e espanhóis foram expulsos do país por não cumprirem o auto-isolamento imposto pelo governo.

 

Os principais pontos turísticos da região, que normalmente recebem fluxos ininterruptos de turistas, abaixaram a cortina um após o outro.

No Rio de Janeiro, o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor serão fechados ao público a partir de terça e quarta-feira, respectivamente.

"Tudo fechado"

Sarfaraaz Aslam, um engenheiro de computação de 35 anos que vive em Paris, viajou para a América Latina pela primeira vez em 23 de fevereiro. Após o carnaval no Rio e São Paulo, foi para o sul da Argentina.

"Assim que cheguei a El Calafate, tudo estava fechado", conta ele.

Aslam teve que comprar uma passagem só de ida para a França, via São Paulo, na Latam, por mais de 1.400 dólares. Mas o voo de volta, a partir de Buenos Aires, onde se encontra no momento, foi cancelado. Agora deve partir na quinta-feira.

A empresa chileno-brasileira Latam, a maior da América Latina, informou nesta segunda-feira uma redução de suas operações em 90% internacionalmente devido à queda na demanda e às restrições impostas pelos governos pela pandemia de coronavírus.

O grupo Air France-KLM também anunciou uma diminuição de suas atividades, em pelo menos 70% a 90% nos próximos dois meses.

Por sua parte, o governo francês pediu às companhias aéreas que mantenham voos e “moderem” seus preços para permitir o retorno dos franceses presos no exterior devido à pandemia do COVID-19, anunciou o ministro de Assuntos Exteriores na noite de terça-feira.

Mas as centrais telefônicas “estão saturadas”, denuncia em testemunho escrito à AFP o francês Clément Chapelle, preso em El Salvador. “As autoridades (francesas) não podem esperar 15 dias para reagir”, protesta.

Além do Peru, Chile, Argentina, Colômbia, Brasil e Uruguai anunciaram fechamentos parciais ou totais das fronteiras.

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