BYD Dolphin: o carro elétrico mais vendido do Brasil (BYD/Divulgação)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 29 de dezembro de 2023 às 14h51.
Última atualização em 29 de dezembro de 2023 às 15h14.
A partir do dia 1º de janeiro de 2024 o governo volta a cobrar o imposto sobre a importação de veículos elétricos e híbridos. As alíquotas subirão gradativamente até chegar em 35% em julho de 2026. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a medida pretende "ajudar a indústria nacional, desenvolvendo a cadeia produtiva do setor e acelerando a descarbonização (redução de emissões de gás carbônico) da frota brasileira".
Questionadas pela EXAME, as montadoras que vendem carros elétricos no Brasil ainda avaliam os impactos da volta do imposto e dizem que podem até absorver os custos em um primeiro momento. Isso porque no começo haverá cotas que as empresas vão poder importar ainda com isenção. Todo o acordo com as montadoras foi feito ao longo de 2023 e envolveu inclusive a instalação de fábricas no Brasil, como a chinesa BYD que terá uma planta na Bahia.
Para híbridos, as cotas serão de US$ 130 milhões até junho de 2024; de US$ 97 milhões até julho de 2025; e de US$ 43 milhões até 30 de junho de 2026. Para híbridos plug-in, US$ 226 milhões até julho de 2024, US$ 169 milhões até julho de 2025 e de US$ 75 milhões até 30 de junho de 2026. Para elétricos, nas mesmas datas, respectivamente, US$ 283 milhões, US$ 226 milhões e US$ 141 milhões.
O cronograma de recomposição das alíquotas para carros elétricos começa já com 10% em janeiro de 2024; 18% em julho de 2024; 25% em julho de 2025; e 35% em julho de 2026.
Para carros híbridos, cujas baterias se recarregam nas freadas ou no funcionamento do motor a combustão, a tarifa será restabelecida da seguinte forma: 12% em janeiro de 2024; 25% em julho de 2024; 30% em julho de 2025; e alcança os 35% apenas em julho de 2026
Os carros híbridos plug-in, também movidos a combustíveis fósseis e recarregados na tomada, serão tarifados em 12% em janeiro de 2024; 20% em julho de 2024; 28% em julho de 2025; e 35% em julho de 2026.
Ainda que algumas montadoras não tenham definido se vão repassar os valores e de quanto seriam, é possível fazer um exercício matemático. O elétrico mais vendido do Brasil, o BYD Dolphin, que tem preço a partir de R$ 149.800, poderia custar R$ 164.780, se os 10% de imposto fossem acrescidos ao valor.
A Volvo anunciou, no começo de dezembro, que vai ter um repasse médio de 7,7%, dependendo do modelo. O XC40, por exemplo, vai passar ter reajuste de 10%, saindo de R$ 299.950 e indo para R$ 329.945.
Os emplacamentos de carros elétricos no Brasil cresceram 80% em 2023 se comparado com 2022. Foram 15,2 mil unidades, além de 73,6 mil híbridos, segundo dados da Anfavea, associação que representa as montadoras. A entidade espera que 2024 seja ainda melhor, mesmo com a volta da tributação. A expectativa é de emplacar 142 mil unidades de veículos entre elétricos e híbridos.
(Com Agência Brasil)