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A aposta do momento do grupo LVMH: o segmento de relojoaria de luxo

O conglomerado francês de luxo anunciou a próxima edição da LVMH Watch Week, com recorde de marcas e anúncio de novas parcerias

A LVMH Watch Week, no hotel da Bulgari, em Dubai: investimento no setor (LVMH/Divulgação)

A LVMH Watch Week, no hotel da Bulgari, em Dubai: investimento no setor (LVMH/Divulgação)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 9 de novembro de 2024 às 13h02.

Última atualização em 9 de novembro de 2024 às 13h05.

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Existe um grande momento no ano do mercado de relojoaria, que é o salão Watches & Wonders, realizado em Genebra, sempre no mês de abril. Mas antes disso o grupo LVMH realiza sua própria feira, apenas para as marcas próprias. A sexta edição do LVMH Watch Week acaba de ser anunciada. Vai acontecer de 21 a 24 de janeiro de 2025, em Los Angeles.

Nove marcas de relojoaria da LVMH irão apresentar os principais lançamentos previstos para o ano para jornalistas especializados, varejistas e clientes selecionados de todo o mundo. É um momento em que a imprensa pode ver em mãos as peças e fazer entrevistas com os executivos das manufaturas, enquanto lojistas fazem os pedidos de compra.

O grupo LVMH já realizou seu salão próprio em Dubai, Singapura e, no ano passado, em Miami. Agora, leva o evento para a costa oeste dos Estados Unidos. No ano passado participaram seis marcas: Bvlgari, Hublot, TAG Heuer, Zenith, Daniel Roth e Gérald Genta. Agora, serão nove, com a estreia de Louis Vuitton, Tiffany & Co. e L’Epée 1839.

Aquisições de novas marcas

O grupo vem investindo no segmento de relojoaria. O atual CEO da divisão é Frédéric Arnault, um dos filhos do fundador da LVMH, Bernard Arnault. Antes de assumir o cargo, ele foi diretor e CEO da TAG Heuer. Na época, o conglomerado possuía apenas quatro marcas. Além da TAG, estavam Bvlgari, Zenith e Hublot.

Em junho deste ano, o grupo anunciou duas movimentações. Primeiro, Bernard Arnault adquiriu uma participação pessoal no grupo de luxo rival Richemont, que detém marcas como Cartier, Van Cleef & Arpels, IWC e Montblanc. É recorrente o rumor de que a LVMH estaria interessado na aquisição do Richemont.

A segunda notícia foi a compra da L’Epée 1839, uma das antigas fabricantes de relógios da Suíça, especializada em peças de mesa e objetos de arte. A coleção atual tem, por exemplo, relógios em forma de carruagem. Também conta com complicações como calendários perpétuos, turbilhões e, em um caso específico, uma reserva de marcha de 8.760 horas (o que equivale a um ano inteiro).

Investimento em complicações e pedras preciosas

O grupo LVMH vinha fazendo aquisições no segmento nas últimas décadas. As primeiras marcas compradas foram a Zenith e a TAG Heuer, em 1999. A virada para o conglomerado em termos de credibilidade no segmento aconteceu em 2011, com a parceria com a La Fabrique du Temps.

A La Fabrique é um produtor conceitual de movimentos fundado em 2007 pela dupla relojoeira Michel Navas e Enrico Barbasini. Recentemente, o grupo LVMH relançou as marcas Gérald Genta e Daniel Roth, que estavam sob a direção de Navas e Barbasini.

Sob o comando de Frédéric Arnault, o grupo LVMH tem investido em complicações e pedras preciosas, elevando consideravelmente o preço das peças. Mesmo em marcas associadas à esportividade, como a TAG Heuer, que passou a usar diamantes coloridos cultivados em laboratórios.

Contexto desafiador para o mercado de luxo

Pela primeira vez os relógios da Tiffany & Co, joalheria americana adquirida pelo grupo em 2021, estarão expostos no salão de relojoaria. Para a edição desse ano espera-se que o grupo antecipe as novidades relacionadas à Fórmula 1. A partir de 2025, a LVMH será a parceira oficial do maior e mais tradicional circuito de automobilismo do mundo.

Tudo isso será apresentado dentro de um contexto desafiador. O segmento de relógios e joias do grupo apresentou uma receita de quase 7,9 bilhões de euros nos primeiros nove meses de 2024, uma queda de 3% em relação ao mesmo período do ano passado. O grupo como um todo teve um faturamernto de 62 bilhões de euros, 2% a menos que em 2023.

O segmento de luxo como um todo vem sofrendo globalmente devido à redução de demanda da China, que passa por uma crise imobiliária e retração de consumo das famílias. A resposta do grupo LVM para esse cenário é um investimento cada vez maior em peças de desejo que vão muito além de marcar as horas.

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