10 mulheres que comandam a gastronomia brasileira
Nesta semana, Helena Rizzo recebeu o prêmio de melhor chef mulher do mundo. Confira quem são os outros destaques femininos da gastronomia nacional
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2014 às 18h15.
Última atualização em 7 de julho de 2017 às 10h57.
São Paulo – Mesmo com o chavão machista “lugar de mulher é na cozinha”, a prestigiada função de chef de restaurante nem sempre ficou a cargo das representantes do sexo feminino. No entanto, parece que elas têm conquistado mais espaço e mais igualdade neste ambiente de tradicional presença masculina. Nesta semana, Helena Rizzo , chef do Maní, em São Paulo, foi considerada a melhor chef mulher do mundo, de acordo com a revista britânica Restaurant. Em entrevista à Folha de São Paulo, ela afirmou que, no Brasil, existe um bom equilíbrio de gêneros nos restaurantes, com uma forte expressão feminina nas cozinhas (que pode até superar outros países). De fato, grandes nomes de mulheres na gastronomia nacional é o que não falta. A seguir, você confere algumas das de maior destaque no país.
Helena Rizzo, gaúcha que já foi modelo e estudou arquitetura (sem se formar), se encontrou na gastronomia e se tornou o maior nome feminino do Brasil nesta área. Em 2013, o Maní, restaurante que comanda ao lado do marido e chef Daniel Redondo, ficou em 46º lugar na lista dos 50 melhores do mundo, da revista Restaurant, que deu a Helena o troféu de melhor chef mulher da América Latina. Agora, a profissional foi condecorada com o prêmio Veuve Clicquot, que homenageia a melhor chef mulher do planeta.
À frente do restaurante Tordesilhas, em São Paulo, a chef Mara Salles é um dos principais ícones da comida brasileira. Com suas receitas de traços coloniais e influência indígena, o estabelecimento foi um dos 12 eleitos na categoria Consagrados da revista Gosto, que escolheu os 60 melhores de São Paulo.
Cozinha contemporânea é a praia de Roberta Sudbrack, chef de um restaurante que leva seu nome, no Rio de Janeiro. Autodidata, ela chegou a comandar nada menos do que a cozinha do Palácio da Alvorada, ditando a mesa durante a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso. Antes disso, Roberta vendeu cachorro-quente nas ruas em Brasília e, depois, estudou veterinária nos Estados Unidos, quando se apaixonou pela culinária. Sem terminar o curso, ela voltou para o Brasil e se entregou à nova profissão.
Ela é argentina, mas adotou o Brasil como seu lar e, assim conquistou o paladar dos brasileiros. Paulo Carosella, que lidera o Arturito, em São Paulo, aprendeu a cozinhar com a prática e já trabalhou com grandes profissionais “hermanos”, dentre eles Francis Mallmann. Antes de chegar à terra tupiniquim, atuou na França e na Inglaterra. Já no Brasil, ajudou a abrir o Figueira Rubaiyat e recebeu diversos prêmios. Entre seus troféus estão o de chef revelação, em 2005, pela revista Gula, chef do ano, em 2010, pela revista Veja São Paulo Comer e Beber, e melhor restaurante variado pela mesma revista, em 2009 e 2010.
A chef Gabriela Barretto é a mente e as mãos por trás do cardápio do restaurante Chou, em São Paulo, e se consagrou como uma das melhores do país. Antes de adentrar no caminho dos sabores, ela estudou e se formou em Letras, pela Unicamp, mas seu talento para a cozinha falou mais alto. Durante um ano e meio, viveu na Europa, onde aprendeu mais sobre a arte da gastronomia com estágios em restaurantes de renome. No Brasil, seu currículo também inclui uma passagem de cinco meses pelo Julia Cocina, primeiro estabelecimento aberto pela argentina Paola Carosella. Em 2012, recebeu das mãos de Marília Gabriela (centro) o prêmio da revista Veja São Paulo Comer e Beber de melhor restaurante variado, ao lado da subchefe de cozinha Luisa Frateschi (dir.).
O currículo de Janaína Rueda, chef do Bar da Dona Onça, em São Paulo, tem importantes conquistas, como o prêmio de melhor bar, segundo as edições de 2008 e 2009 da Veja São Paulo Comer e Beber, o troféu de bar do ano na edição de Melhores do Ano da Revista Prazeres da Mesa em 2009, e o de melhor feijoada no ranking Melhor de São Paulo 2010-2011, da revista Época São Paulo. Sua formação em gastronomia começou desde pequena, com a ajuda da intuição. Já adulta, foi consultora de vinhos na multinacional Pernod Ricard e, em 2008, conseguiu realizar o sonho de abrir um bar, projeto realizado com a ajuda de seu marido Jefferson Rueda, que também é chef.
Da mesma família dona das lojas Magazine Luiza, Ana Luiza Trajano preferiu não seguir os passos no ramo do varejo. Formada em administração pela FAAP, ela fez as malas e viajou para estudar gastronomia na Itália e aprender parte dos conhecimentos que ela aplica no restaurante Brasil a Gosto, inaugurado em 2006 em São Paulo. Em 2012, ela levou o prêmio Paladar, do jornal O Estado de São Paulo, na categoria Trivial, e, no final de 2013, seu trabalho deu origem ao livro “Cardápios do Brasil”, com receitas e experiências culinárias. Além de comandar a cozinha do estabelecimento, ela é também curadora da pós-graduação em gastronomia brasileira do SENAC.
Há cerca de 20 anos trabalhando como chef, a arquiteta formada pela USP e cozinheira autodidata Ana Soares é outro destaque da gastronomia brasileira. Ela comanda a cozinha da rotisseria Mesa III, em São Paulo, desde 1995, e já foi chef do Bar Nabuco e do Restaurante Badaró. Como se não bastasse o sucesso, ela ainda atua como consultora e já criou a implantou mais de 60 cardápios em estabelecimentos espalhados pelo país. Essa trajetória foi reconhecida pelo prêmio Paladar de Personalidade do Ano, que Ana recebeu em 2009.
A chef Carla Pernambuco tem um currículo extenso. Além de comandar a cozinha do restaurante paulistano Carlota e de tocar, com a sócia Carolina Brandão, o Las Chicas, ela ainda apresenta a série de TV “Brasil no Prato”, do canal Fox Life, é blogueira, palestrante, colunista e autora de seis livros de culinária. E ainda sobra tempo para fazer pesquisas gastronômicas e organizar semanas temáticas fora do país. Não é à toa que seu perfil no site do Carlota, ela é definida como “um aglomerado de mulheres”.
Dona do restaurante Santinho e sócia do Capim Santo, a chef Morena Leite cresceu em Trancoso, na Bahia, onde também há uma filial do estabelecimento, além da unidade paulistana. Antes de fazer carreira, ela estudou na escola francesa Cordon Bleu, onde aprendeu a técnica que a consagrou como uma das melhores chefs do Brasil. Ao longo da carreira, ela publicou os livros “Brésil Sons et Saveurs” (escrito em francês, cujo nome traduzido é “Brasil Sons e Sabores”), em 2005, “Capim Santo – Receitas para receber amigos”, de 2011, e “Doce Brasil Bem Bolado”, de 2012. Em 2011, a revista Go Where Gastronomia deu a ela o prêmio de Melhor Cozinha Brasileira e, no ano seguinte, ela se tornou apresentadora do programa culinário “Taste It!”, exibido ainda hoje pelo canal Glitz*.