Escandinávia precisa desesperadamente de pessoas qualificadas
Suécia e Dinamarca precisam atrair, urgentemente, mais profissionais qualificados para dar conta da demanda
Camila Pati
Publicado em 21 de novembro de 2017 às 15h00.
Última atualização em 27 de novembro de 2017 às 18h49.
“Mesmo o nosso clima sendo tão ruim quanto o do Reino Unido, nós ainda temos muito a oferecer.”
Assim escreveu um ex-ministro da Economia dinamarquês no The Guardian, neste mês, na tentativa de atrair trabalhadores qualificados europeus preocupados com o Brexit.
A indústria escandinava há tempos se queixa da escassez. E agora tem um aliado. A Hays, uma firma especializada em recrutament o, publicou seu relatório anual mais recente sobre oferta e demanda de trabalhadores qualificados em 33 grandes economias.
O Global Skills Index (Índice Global de Talentos), compilado com a ajuda da Oxford Economics, utiliza sete indicadores (desde flexibilidade educacional até pressão salarial em trabalhos altamente qualificados) para quantificar a facilidade ou a dificuldade de as empresas atraírem e reterem os trabalhadores mais talentosos (uma pontuação acima de 5 sugere que o mercado de trabalho está sob pressão).
Assim como no ano passado, a líder do índice é a Suécia , onde a demanda por mão de obra especializada ultrapassa de longe a oferta, razão pela qual os salários dos setores altamente qualificados vêm subindo. O descompasso é tão agudo que a Suécia corre o risco de ficar de fora agora que o restante da Europa vem registrando um crescimento, segundo Torbjorn Halldin, economista da Confederação Sueca de Empresas.
A terceira classificada é a Dinamarca , cuja pontuação aumentou mais do que a de qualquer outro país neste ano. A Confederação da Indústria Dinamarquesa afirmou que os resultados estão em linha com suas próprias conclusões de que “quase 4 em cada 10 de nossas empresas-membros têm tido dificuldades para recrutar funcionários qualificados”.
O vice-diretor Steen Nielsen atribui parte da culpa à decisão da Dinamarca de aumentar o montante de dinheiro que um trabalhador de fora da UE deve ganhar para se qualificar para um visto de trabalho. A decisão foi impulsionada pelo Partido Social-Democrata, de oposição, e pelo Partido Popular Dinamarquês, nacionalista, como parte dos esforços conjuntos para reduzir a chegada de trabalhadores estrangeiros ao país.
Entre as principais habilidades em alta demanda estão contabilidade, na Suécia, e desenvolvimento de software, na Dinamarca.