(PATRICK T. FALLON/Getty Images)
Luísa Granato
Publicado em 14 de julho de 2021 às 06h52.
Última atualização em 14 de julho de 2021 às 09h40.
Na disputa entre Elon Musk, CEO da Tesla, e Jeff Bezos, fundador da Amazon, em uma nova corrida espacial, o novo competidor Richard Branson, da companhia aérea Virgin Atlantic, tomou a dianteira com o sucesso de sua primeira viagem turística ao espaço.
Até Musk já correu e garantiu sua reserva para uma das próximas viagens ao espaço na empresa de Branson, a Virgin Galactic. O dono da Tesla tem feito voos experimentais de seus foguetes da SpaceX há mais de um ano.
E Bezos, dono da empresa Blue Origin, acabou ficando para trás. A decolagem de Branson veio nove dias antes do primeiro voo de Bezos a bordo de um de seus foguetes.
A exploração espacial não é apenas um passatempo excêntrico dos mais ricos — mas pode ser a oportunidade para uma promissora carreira do futuro.
Segundo a empresa de tecnologia Cognizant em seu relatório 21 lugares do futuro, que indica os locais onde os empregos estarão no futuro próximo, a ida da iniciativa privada ao espaço sideral pode ser um mercado lucrativo e atrativo para profissionais.
De acordo com a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, essa indústria já vale mais de 400 bilhões de dólares.
Até 2040, o Morgan Stanley estima que o valor alcance um trilhão de dólares no mundo todo. A China tem sua aposta estratosférica: a zona econômica de serviços entre a Lua e a Terra vai valer 10 trilhões de dólares até 2050.
Para que tudo isso se torne realidade, será preciso juntar equipes talentosas para fazer foguetes, calcular rotas, estudar planetas distantes e até construir bases na Lua ou em Marte.
Só a SpaceX tem mais de 8.000 funcionários focados em levar o humano para o espaço — com o destino final sendo uma colônia no planeta vermelho.
“Pode parecer louco, mas com o uso de tecnologias como impressão 3D, ainda veremos uma revolução espacial na nossa vida”, diz Ben Pring, futurista e cofundador do centro de futuro do trabalho da Cognizant.
Branson gastou 1 bilhão de dólares em sua viagem inaugural ao espaço. A meta da empresa é realizar 400 voos por ano e cobrar 250 mil dólares por ingresso dos futuros clientes.
Segundo o relatório da consultoria, parte do mercado de trabalho vai ser criado nos setores de viagens comerciais, transportes e hotelaria. A própria NASA está começando sua oferta para estadia na Estação Espacial Internacional para o público, com estadias custando 35 mil dólares por noite.
Enquanto isso, a organização Gateway Foundation está desenvolvendo planos de um porto espacial e hotel de luxo na órbita terrestre.
Para o Morgan Stanley, serão dez grandes fatores que vão mover a economia espacial (e os novos empregos):
Em 2016, o escritório de estatística do trabalho dos Estados Unidos (BLS, na sigla em inglês) já havia mapeado algumas opções de carreiras que seriam valorizadas com a corrida espacial.
Embora os astronautas sejam as estrelas dessa área, esses profissionais são uma minoria diante de um universo de oportunidades.
Até 2024, o órgão fez uma projeção de 8.600 vagas para cientistas espaciais, cientistas atmosféricos físicos e astrônomos.
Nas empresas privadas, a maior parte das posições abertas são para engenheiros das mais diversas especialidades. Engenharia de testes, de fluídos, industrial, manufatura, software, entre outros.
Segundo o BLS, até 2024 seriam mais 171.900 empregos para engenheiros mecânicos, aeroespaciais, de computação e eletrônicos.
Para a formação da mão de obra do espaço, a formação exigida vai desde certificados técnicos até diplomas de doutorado para os cientistas.
Um relatório do Space Skills Alliance, do Reino Unido, analisou os dados de mais de 1.300 anúncios de vagas relacionados ao Espaço para posições de início de carreira entre 2015 e 2019.
O estudo concluiu que a habilidade técnica mais buscada na indústria é a do desenvolvimento de software. O pré-requisito aparece em 49% das vagas, com 22% dos empregadores procurando por especialistas na linguagem C/C++ e outros 20% buscando por programadores de Python.
E há alta demanda por habilidades transferíveis para qualquer posição, como competências interpessoais (84%) e comunicação (76%).
No LinkedIn, a empresa tem mais de 800 vagas abertas listadas. São posições em diversas equipes, do RH até o time legal e de tecnologia. Veja mais aqui.
Estágio, trainee e vagas de emprego. A Blue Origin já tem diversas opções de entrada para uma carreira espacial. São 374 vagas abertas no momento nos times de comunicação, compliance, recursos humanos, operação de voos, negócios, finanças, testes, engenharia, entre outros. Confira mais no site.
No site da Virgin Galactic, há um formulário para registro de interessados em se tornarem astronautas. A empresa tem posições nos Estados Unidos, Reino Unido e até remotas. Pelo LinkedIn, a empresa conta com 115 vagas abertas. Veja quais são as oportunidades no site.