Vacina contra covid-19 (Ricardo Moraes/Reuters)
Mariana Martucci
Publicado em 19 de fevereiro de 2021 às 20h44.
Israel é uma espécie de laboratório global dos efeitos da vacinação em massa, pela acelerada velocidade com que vem aplicando o imunizante na população nacional. E um experimento ali certamente despertará polêmica: a instituição de "passaporte imunológico" para os vacinados (leia).
Que naturalmente desfrutarão de privilégios sobre os não-vacinados. Acesso a diversos serviços e direito de circular por certas áreas e frequentar certos estabelecimentos, como bares e restaurantes. E a coisa pretende ser toda controlada por meios digitais, por um app a ser baixado no smartphone.
Claro que é país pequeno, com população inferior à da cidade de São Paulo. Mas é provável replicarem o método por aí. E vão surgir as inevitáveis dúvidas éticas. Uma delas decorrente da notória desigualdade nos ritmos de vacinação entre o mundo desenvolvido e o resto.
E não só. A ordem da vacinação dentro de cada país não é definida aleatoriamente. E, portanto, será inevitável criar grupos privilegiados no direito de ir e vir, e de frequentar locais de diversão e lazer. Como cada sociedade vai lidar com isso?
*Analista político da FSB Comunicação
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