Inova e ação: Todos devem ser craques em tecnologia
Maiores conquistas acontecerão com o equilíbrio entre as diversas competências, perfis, desejos e demandas da sociedade
Bússola
Publicado em 14 de novembro de 2021 às 11h19.
Por Hugo Tadeu*
Ao longo dos últimos meses, diversos relatórios sobre o crescimento dos países e empresas vêm destacando a importância das novas tecnologias no impacto da produtividade. Ou seja, investir em novos conhecimentos vinculados ao mundo da ciência de dados, engenharia, tecnologia e inovação virou sinônimo de sucesso. Por outro lado, quem deseja sobreviver no mercado de trabalho precisa investir grande parte do seu tempo em conhecimentos técnicos. Do contrário, a chance de não encontrar um lugar para trabalhar é alta.
No entanto, em algum lugar na história recente, diziam que profissionais do universo da matemática e estatística seriam os grandes responsáveis pelo avanço da humanidade. Se voltássemos aos anos 40, este era o início da revolução tecnológica, com o advento de pesquisas sobre os computadores e os rascunhos iniciais do que hoje conhecemos como inteligência artificial.
Para os mais curiosos, recomendo a leitura de todos os artigos publicados pelos professores John Von Neummann e Alan Turing, combinando teorias sofisticadas sobre a dinâmica computacional e inteligência artificial. Aliás, se pudéssemos avançar um pouco no tempo, não seria muito diferente das inúmeras pesquisas conduzidas pela IBM, ainda mais com a adoção de seu supercomputador Deep Blue, que tem ampla capacidade para memorizar dados.
A combinação entre os conhecimentos técnicos da computação avançada com a ampla criatividade humana trouxe avanços consideráveis para a humanidade, como o surgimento dos primeiros sistemas operacionais, computadores pessoais, internet, buscadores web, entre tantas outras invenções. Por outro lado, trouxe também todo o desafio relacionado à segurança da informação e ao uso de dados, além de riscos gerados pela utilização inadequada destas tecnologias para o comportamento humano, com a formação de possíveis bolhas.
Diante de tantas evidências, quem ganharia no futuro focando apenas no universo tecnológico? As maiores conquistas acontecerão com o equilíbrio entre as diversas competências, perfis, desejos e demandas da sociedade, que devem ser explorados com maior dinamismo. Ainda mais com a enorme capacidade em pensar, sentir e intuir que as pessoas têm (ao contrário das máquinas!). Vale a reflexão e um pouco mais de análise crítica sobre o momento em que vivemos.
*Hugo Tadeu é professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral
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