Bússola

Um conteúdo Bússola

IA está obrigando mais da metade dos executivos globais a voltar aos estudos

Universidades de elite, como Harvard, MIT e INSEAD, reformulam programas voltados à formação de líderes capazes de escalar agentes de IA

 (miniseries/Getty Images)

(miniseries/Getty Images)

Bússola
Bússola

Plataforma de conteúdo

Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 13h00.

De acordo com o estudo Panorama da IA no Brasil realizado em 2025 pela Zappts, 62% das empresas globais estão experimentando IA, porém, menos de 10% conseguem aplicar essas soluções de forma a impactar o negócio. 

Para esse desafio, instituições renomadas como Harvard, MIT, Kellogg, Wharton, INSEAD e Tsinghua passaram a divulgar programas que abordam desde o desenho dos workflows até a mensuração do impacto competitivo da IA e dos agentes de IA.

“Toda empresa quer melhores resultados de negócio, e muitas vezes os agentes de IA podem ajudá-los nisso. A verdadeira transformação digital começa quando o ser humano aproveita a tecnologia e aprende junto com ela para obter os melhores resultados possíveis”, diz Rodrigo Bornholdt, CTO & Co-fundador da Zappts.

Por isso, universidades e escolas de negócios de referência internacional vêm focando na formação dos executivos nessa nova fase da tecnologia, especialmente em temas avançados como automação agêntica, governança digital e impacto nos resultados de negócios.

Os modelos adotados pelas principais instituições do mundo

Harvard articula IA como infraestrutura digital, enfatizando a personalização em escala, telemetria e redução de custos. Executivos aprendem a tomar decisões com suporte de dados em tempo real e a operar plataformas abertas, priorizando aceleração e governança;

MIT aprofunda o uso de sistemas agênticos, capacitando executivos a delegar tarefas para agentes, gerenciar exceções, reversão rápida e limites de atuação. O foco está em garantir rastreabilidade, segurança e supervisão mínima;

Kellogg e Wharton consolidam frameworks de maturidade em IA, “zero-touch operations” e mensuração de KPIs que vão além da eficiência operacional. Executivos são treinados para escalar automação transversal por processos e trabalhar com governança integrada ao produto digital;

INSEAD e Tsinghua abordam confiança, privacidade e impacto regulatório, formando líderes aptos para ambientes regulados como saúde, finanças e telecom.

“Esse movimento reforça que a gestão contemporânea pede uma mudança de mentalidade. Líderes precisam parar de enxergar a inteligência artificial como um simples teste ou experimento, para começar a tratá-la como parte estratégica do negócio”, explica Rodrigo.

As melhores práticas internacionais propõem revisar periodicamente as decisões automáticas, ajustar limites de atuação dos agentes digitais e construir planos de automação que considerem o volume de dados, o custo de eventuais falhas e a facilidade de corrigir erros rapidamente.

Nos setores mais sensíveis, como saúde e finanças, a recomendação é incluir privacidade e rastreabilidade desde o início, não como remendos, mas como parte da arquitetura dos projetos.

No Brasil, o avanço acompanha as tendências globais

No entanto, o grande desafio permanece na execução e na gestão. Escalar agentes de IA para atuarem diretamente nos processos de negócio exige integração real entre dados de clientes, monitoramento contínuo e plataformas abertas, princípios consolidados em benchmarks internacionais.

Na prática, os executivos precisam responder a questões estratégicas, tais como:

  • Seus projetos de IA têm governança sólida? 
  • Os indicadores de desempenho estão embutidos na operação? 
  • Há capacidade real de crescer de forma sustentável? 

“De Harvard à Saint Paul, só com visão estratégica e disciplina na execução e na gestão é possível transformar experimentos em vantagem competitiva na nova era da inteligência artificial”, finaliza o especialista.

Acompanhe tudo sobre:Inteligência artificial

Mais de Bússola

Opinião: Brasil produz muita energia limpa – e isso pode ser um problema

Choque de cultura é responsável por metade das demissões em startups

Como encontrar uma vaga de emprego internacional?

Manter ou vender: o dilema dos herdeiros de empresas familiares