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Empreendedor alagoano cria "GPS do Enem" para que alunos passem na prova

Usando tecnologias como IA e programação probabilística e um banco de dados com milhares de questões, Murilo Vasconcelos Andrade criou startup que guia estudantes na aprovação do vestibular

Banco de dados conta com mais de 200 mil questões (Aio/Divulgação)

Banco de dados conta com mais de 200 mil questões (Aio/Divulgação)

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Publicado em 9 de agosto de 2023 às 12h40.

Última atualização em 9 de agosto de 2023 às 13h22.

Murilo Vasconcelos Andrade, de 36 anos, é um empreendedor apaixonado por matemática e programação que decidiu usar seus conhecimentos na área para transformar o setor de educação no Brasil. Há três anos, fundou a Aio, startup que aplica tecnologias avançadas, como inteligência artificial (IA) e programação probabilística, para ajudar alunos do ensino médio a passarem no Enem e outros vestibulares.

Jornada de conhecimento

A jornada de Murilo começou no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), em Alagoas, um dos estados com a pior educação do Brasil. Demonstrando desde cedo aptidão para a matemática, tornou-se o primeiro alagoano a ser aprovado no Instituto Militar de Engenharia (IME), em 2004, aos 17 anos, no curso de engenharia de computação. No mesmo ano, suas habilidades de cálculo foram reconhecidas com uma medalha de ouro na Olimpíada de Matemática.

Durante a faculdade, Murilo trabalhou em um banco, como analista quantitativo, aprimorando seus conhecimentos no setor financeiro. Em 2008, iniciou sua segunda graduação, em engenharia de matemática aplicada em finanças, na École Polytechnique, em Paris, onde também obteve um mestrado na mesma área.

Em 2011, foi trabalhar no banco Morgan Stanley, em Londres. Nos três anos em que atuou como estrategista de crédito, pôde aperfeiçoar ainda mais seus conhecimentos financeiros e de negócios. Isso permitiu que, em 2013, Murilo fundasse a startup Studiare. Especializada em unir gestão acadêmica com ensino adaptativo, a empresa utilizava algoritmos para analisar o desempenho dos estudantes em provas, identificando suas deficiências, propondo um plano individual de estudos e trazendo essa transparência para as escolas e faculdades.

Com mais de 1 milhão de estudantes impactados, o sucesso de sua startup chamou a atenção da maior empresa de educação do mundo na época, a Kroton, que adquiriu a empresa em 2015. Essa aquisição foi um reconhecimento do talento e da visão empreendedora de Murilo.

Aio e a paixão pela educação

Em 2020, aos 33 anos, impulsionado por sua paixão e visão de transformar a experiência de aprendizado para alunos de todas as idades, Murilo fundou uma nova startup, a Aio. Com uma rodada pré-seed bem-sucedida, a empresa captou US$ 350 mil para acelerar suas operações. A Aio utiliza IA e tecnologias avançadas, como programação probabilística e deep learning, para criar soluções diferenciadas no campo do ensino, começando pelo Enem e os vestibulares das universidades.

Por meio da inteligência artificial, a Aio é capaz de relacionar conteúdos, oferecendo simulados personalizados e evitando a redundância de assuntos. Além disso, fornece feedback direcionado aos alunos, indicando os conteúdos que precisam ser melhorados. Recursos como videoaulas e questionários interativos garantem uma experiência de aprendizado dinâmica e atrativa.

Com uma base de dados robusta, a Aio possui cerca de 8 mil questões do Enem e 200 mil questões de vestibulares. Desde sua criação, mais de 80 mil estudantes foram impactados pela Aio. Atualmente, a plataforma conta com aproximadamente 7 mil alunos cadastrados, e a expectativa é de que esse número aumente com a abertura das inscrições para o Enem 2023. Segundo análise feita pela própria startup, os usuários da Aio alcançaram um aumento médio de cerca de 25 pontos na pontuação da prova em comparação com anos anteriores em que fizeram o teste sem ajuda da startup.

“A Aio está em constante expansão, buscando ampliar seu alcance para além do Enem e dos vestibulares. A empresa também está explorando oportunidades de parcerias B2B, fornecendo APIs e integração com plataformas AVA [Ambiente Virtual de Aprendizagem]. O objetivo é se tornar referência em educação digital e expandir para novas provas e avaliações”, diz Murilo.

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