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Como o investimento em tecnologia evita ataques hackers a criptoativos

Com a queda das fronteiras para o dinheiro, fica cada vez mais difícil combater e reprimir possíveis golpes

Golpes mais comuns envolvem engenharia social (shapecharge/Getty Images)

Golpes mais comuns envolvem engenharia social (shapecharge/Getty Images)

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Publicado em 14 de setembro de 2022 às 10h33.

Por Eduardo Pires

Golpes cibernéticos utilizados contra investidores são comuns no mercado de criptomoedas. A retomada recente da operação Kryptos, desencadeada pela Polícia Federal, que combate organizações criminosas envolvidas com fraudes bilionárias, trouxe à tona os receios com a segurança em plataformas financeiras.

No caso da operação Kryptos, foi registrado o prejuízo de mais de um R$ 1 bilhão, o que ilustra o tamanho do impacto que essas fraudes podem ter, além de confirmar a realidade – o quanto o número de fraudes está crescendo no mundo todo. Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostram que o Brasil registrou um aumento de 80% nas tentativas de ataques de phishing com intuito de roubo financeiro só em 2021.

Não há como negar que o aumento do interesse dos criminosos é proveniente da popularidade que as criptomoedas ganharam nos últimos anos. Afinal, com a digitalização dos serviços financeiros em geral e de criptoativos, a incidência de fraudes acompanha a migração  do mundo físico para o mundo online e essa transição ganha visibilidade.

Com esse cenário, temos um desafio a mais: o dinheiro passou a não ter mais fronteiras. Hoje, ele pode ser movimentado de um país para outro em questão de segundos, o que faz com que seja muito mais difícil de combater e de reprimir possíveis golpes.

Porém, há um denominador comum global nestes golpes – a engenharia social. Ela ocorre quando a própria vítima fornece suas informações pessoais sem saber que está sendo alvo de um golpe. Do ponto de vista de segurança, é difícil quebrar ou burlar um sistema bancário, mas para os fraudadores, têm sido mais fácil dedicar o tempo para se aproximar de uma vítima, ganhar sua confiança e no fim, convencê-la a fazer uma transferência de criptoativo, ou ainda passar seu login e senha para que o terceiro acesse sua conta e transfira o dinheiro.

Diante deste panorama, é notável que usuários comecem a cobrar por mais segurança por parte das empresas que oferecem serviços financeiros para que clientes mantenham sua renda sob custódia. Porém, o foco em segurança e inovação no combate à fraude deve ser um esforço conjunto do ecossistema, de todos os elos envolvidos. E, é natural que o mercado acompanhe o crescimento e consolidação dos investimentos também com novas soluções  focadas em fortalecer a segurança e a prevenção à fraude.

Sem dúvidas existem formas dos investidores se protegerem de golpes, mas fica o alerta também de não culpabilizarmos as vítimas. O que é importante saber é que nunca devemos informar nossas credenciais de acesso, senhas e mesmo o segundo fator de autenticação para um terceiro, ainda que a solicitação venha através de  uma notificação, mensagem no celular ou na rede social que pareça verdadeira e enviada pela plataforma onde os investimentos estão concentrados.

Manter os usuários sempre informados para que eles sejam capazes de se proteger e não cair nos golpes é importante para uma prevenção de ações fraudulentas. Mas, voltando o foco novamente às companhias, estas devem investir em tecnologias capazes de detectar comportamentos anômalos nas contas de seus usuários antes que o dinheiro seja movimentado, como é o caso da tecnologia de geolocalização, por exemplo.

As empresas precisam assumir o protagonismo de combater novos métodos de fraude que aparecem a todo tempo, impedindo-os, por meio de um robusto sistema de segurança, caso contrário, o risco de nos depararmos com uma situação inevitável é alto.

*Eduardo Pires é country manager do Brasil da Incognia

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